À margem da cerimónia de assinatura do acordo de coligação entre o PSD e o CDS, que aconteceu pelas 12:00 no Museu da Imprensa, na cidade de Câmara de Lobos, o centrista recordou que já tinha avançado com essa ideia na noite das eleições regionais.
Nessa altura, José Manuel Rodrigues “manifestou a vontade que o CDS pudesse vir a ter duas secretarias regionais e a presidência da Assembleia” da região.
Questionado sobre rumores que dão o seu nome como o próximo presidente do parlamento regional, José Manuel Rodrigues disse apenas que “qualquer deputado eleito para a Assembleia Legislativa da Madeira pode ser presidente” daquele órgão.
Face à insistência dos jornalistas, respondeu: “Eu acho que todos gostaríamos de representar o órgão máximo da autonomia e o principal órgão de governo próprio da região, mas não é uma questão que me faça estar muito tempo acordado”.
Os nomes para o cargo de presidente da Assembleia Regional da Madeira têm de ser propostos por cinco deputados e o CDS apenas tem três parlamentares, motivo pelo qual o centrista necessitaria do apoio de outro partido.
Face a isso, José Manuel Rodrigues argumentou que “não é possível dar como adquirido” que será candidato.
Realçando que esta “é uma questão central entre PSD e CDS”, refutou ainda o argumento da “grande desproporção” entre os partidos para que um deputado de um partido menos votado não possa ser presidente do parlamento regional.
“Os três deputados do CDS são essenciais para que se forme a maioria absoluta que dá a estabilidade política”, vincou.
José Manuel Rodrigues rejeitou também a possibilidade de vir a tornar-se independente caso não seja presidente do parlamento insular, argumentando que tal “seria renegar a sua história política de 43 anos”.
Recusou igualmente que tenha alguma vez utilizado este assunto como “chantagem” nas negociações entre os dois partidos, reforçando que “apenas manifestou o desejo de o CDS ter duas secretarias regionais e a presidência da Assembleia Legislativa da Madeira”.
“Se isso for conseguido fico satisfeito e julgo que o PSD também ficará”, concluiu.
Na sexta-feira, quando confrontado com a questão de José Manuel Rodrigues vir a ser o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou: “não confirmo, nem desminto, porque ainda não passámos a essa fase”.
Hoje, depois de assinado o acordo programático da coligação PSD/CDS para a Madeira, no Museu da Imprensa, em Câmara de Lobos, Albuquerque voltou a recusar avançar com pormenores sobre a constituição do novo executivo insular.
Contudo, na segunda-feira, depois das reuniões da Comissão Política e do Conselho Regional do CDS/Madeira, o líder centrista, Rui Barreto, anunciou que o partido iria tutelar duas secretarias regionais e teria “um papel de relevo” no parlamento do arquipélago.
O PSD venceu as eleições legislativas na Madeira de 22 de setembro, mas perdeu a maioria absoluta com que sempre governou a região autónoma, obtendo 56.449 votos e a eleição de 21 deputados, razão pela qual teve de se coligar com o CDS, que elegeu três deputados.
Os dois partidos juntos conseguem 24 dos 47 deputados que compõem a Assembleia da Madeira.