O Presidente da República português defendeu hoje uma "resposta rápida" ao terrorismo, considerando que a Europa "não pode continuar de braços caídos" depois de crimes tão "hediondos" como o que aconteceu sexta-feira em Paris.
"A Europa depois do que aconteceu em Paris e do que já tinha acontecido anteriormente também em Paris, (…) do que aconteceu na Tunísia, do que aconteceu no Líbano, não pode continuar de braços caídos, é preciso encontrar uma resposta e uma resposta tão rápida quanto possível", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas à chegada ao Funchal, na Madeira.
Reiterando a solidariedade de Portugal para com o povo francês e a condenação "muito veemente" da tragédia que aconteceu em Paris, Cavaco Silva disse ser difícil encontrar palavras suficientemente fortes para condenar "crimes tão hediondos".
Contudo, acrescentou, importa que "todos estejam bem conscientes que não foi apenas um ataque à França, foi um ataque a toda a Europa, foi um ataque ao mundo ocidental".
"Se a Europa que continuar a ser um continente de liberdade, de democracia, um espaço de paz e tolerância, se quer preservar o sue modo de vida, então os europeus têm de organizar-se para dar uma resposta firme, determinada, sem contemplações aos terrorismo", disse.
Numa declaração sem direito a perguntas, o Presidente da República vincou que a defesa dos valores europeus "que os terroristas querem pôr em causa" exige um trabalho conjunto dos Estados europeus, "cooperando, coordenando" e utilizando "os meios que sejam necessários para combater o flagelo do terrorismo".
"A segurança das pessoas é um bem precioso, mas é preciso que as sociedades estejam conscientes que para defender essa segurança é preciso afetar meios humanos, financeiros, materiais, para a preservar", referiu.
Pois, sublinhou, o inimigo é "tão violento quanto sofisticado e para enfrentá-lo são precisos meios poderosos e são precisos recursos humanos, materiais, financeiros, caso contrário será difícil de o vencer".
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou no sábado, em comunicado, os atentados de sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses.
De acordo com o último balanço feito pelos hospitais, das 415 pessoas que foram atendidas nos hospitais após os ataques, pelo menos 42 feridos continuavam no domingo à tarde em vigilância intensiva em unidades de reanimação.
Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, que morreram, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha. Os jogadores das duas equipas acabaram mesmo por passar a noite no recinto.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como "ataques terroristas sem precedentes no país".