A maioria dos vencedores concorreu pelo Rússia Unida, o partido político dominante no país, que está intimamente ligado ao Presidente russo, Vladimir Putin. Dois candidatos concorreram como independentes, mas apoiam o Rússia Unida.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, questionado hoje pelos jornalistas se os resultados constituem uma demonstração de apoio à operação militar da Rússia na Ucrânia, respondeu: “absolutamente”.
“Mostra um alto nível de apoio tanto ao atual líder quanto às decisões que toma”, disse Peskov.
Os candidatos do Rússia Unida também dominaram as eleições para as seis parlamentos regionais. No entanto, na região de Sakhalin, o Rússia Unida totalizou apenas 47 por cento dos votos.
Os candidatos do Rússia Unida conquistaram também cerca de 75% dos assentos no conselho municipal em Moscovo, segundo a agência de notícias estatal Tass.
Os conselhos municipais, o nível mais baixo de governo local, com pouco poder real, tornaram-se campos de batalha para políticos da oposição impedidos de concorrer nas eleições nacionais.
As eleições regionais e municipais converteram-se num plebiscito para a Rússia Unida, que procura consolidar o seu poder com base na campanha militar iniciada na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Nestas eleições, em que houve a possibilidade de voto antecipado pela internet em diversas regiões, foram convocados mais de 44 milhões de eleitores.
Entretanto, muitos políticos da oposição foram impedidos de concorrer nesta votação de três dias.
Segundo dados divulgados pela agência de notícias Efe, 78 políticos foram impedidos de se apresentarem ao escrutínio, apesar de a presidente da Comissão eleitoral central, Ella Pamfilova, se ter referido a "eleições competitivas”.
Este sufrágio coincidiu com a inauguração em Moscovo, que celebrou o 875.º aniversário da fundação, de uma nova autoestrada que atravessa a cidade e da roda gigante “Sol de Moscovo”, a maior da Europa, com 144 metros de altura, com a presença de Vladimir Putin.
Ao contrário dos anos anteriores, escassearam as iniciativas eleitorais, com os comícios proibidos pelas autoridades desde 2020, primeiro por causa da pandemia e agora devido à guerra na Ucrânia, que hoje atingiu o 200.º dia.