Paulo Cafôfo apresentou 100 medidas para os primeiros 100 dias de governação da Madeira. O candidato do PS prometeu mais emprego, mais investimento no turismo e na saúde. A defesa da autonomia regional está entre as prioridades.
O cabeça de lista do PS Madeira nas eleições regionais afirmou ainda que o “centralismo” de Lisboa é uma realidade na Região e que o caminho da alternância vai ser “difícil” e exige coragem.
“Não será um caminho fácil ou um passeio”, afirmou Paulo Cafôfo numa sessão que durou quase duas horas, de apresentação das 100 medidas para os primeiros 100 dias de governação, se vencer as eleições legislativas regionais de 22 de setembro.
O evento teve lugar numa sala do Centro de Congressos da Madeira repleta de pessoas, muitas das quais de pé, onde Cafôfo falou sobre um palco redondo para uma plateia com as cadeiras dispostas de forma circular.
O candidato acrescentou que será necessário “muito trabalho, com seriedade, honestidade, competência, capacidade e, sobretudo, uma grande coragem política, porque será necessária para provocarmos as alterações estruturais que são necessárias realizar na região”.
Paulo Cafôfo, que renunciou ao segundo mandato como presidente da Câmara do Funchal, para o qual foi eleito pela coligação Mudança (PS, BE, PDR e Nós Cidadãos!) defendeu ser preciso “ambição alicerçada no melhor instrumento para desenvolver a Madeira e o Porto Santo: a autonomia”
“Durante séculos a Madeira foi explorada, foi esquecida, porque o centralismo de Lisboa não é uma ficção. O centralismo de Lisboa ainda existe atualmente e é por isso que a autonomia serve para podermos por a autonomia a dar resultados”, opinou.
Mas, Paulo Cafôfo sustentou que a autonomia não deve ser utilizada como “arma de arremesso político”, porque “ não adianta ter uma gritaria do Funchal para Lisboa só para esconder a incompetência e incapacidade de resolver os problemas”.
No seu entender, a autonomia deve ser utilizada num contexto de coesão, “em diálogo, negociação, com responsabilidade, firmeza quando for necessário”.
“Acredito numa autonomia que tem que respeitar o passado, os autores desta autonomia”, disse, apontando que o PS não se consegue rever “nas políticas do presente, nem nesta forma de fazer autonomia” por parte do PSD que governa a Madeira há mais de 40 anos.
Resumiu algumas as medidas incluídas no projeto, enunciando a importância de fazer uma “aposta na melhoria de condições de saúde, no investimento, na educação, no conhecimento e na qualificação dos jovens”.
Também pretende implementar “um governo inclusivo, que promova igualdade, que não ostraciza, nem marginaliza, que não chantageia”, além de “uma diversificação na base económica como estratégia que fixe os jovens, dê capacidade à maior riqueza, que são as pessoas, rompendo com vícios de 43 anos do mesmo regime”.
O candidato declarou que quer “acabar com aquilo que é uma norma na Madeira, que é o monopólio, que é clientelismo e o favorecimento”.
Outro aspeto que mencionou foi a importância do “investimento público”, considerando que o governo deve impulsionar a iniciativa privada e criar condições para que o tecido empresarial “seja pujante”.
Paulo Cafôfo defendeu que “um governo faz-se de transparência, rigor e de competência”, elementos que constituem a base do programa elaborado e que “serão os pilares para governar a região”.
Depois, uma série de elementos que colaboraram na elaboração deste projeto de 100 medidas foram subindo ao palco para resumir algumas das ideias preconizadas nas diferentes áreas, que prometeu vão ser melhor explanadas durante a campanha.”
O presidente do partido, Emanuel Câmara, destacou que o partido “vai escrever uma página muito bonita na história do PS da Madeira” e “em termos democrático será uma flor no meio deste jardim plantado” no Atlântico, adiantando que a “grande coligação” prevista pelos socialistas “será feita com a sociedade madeirense”.
C/Lusa