“Estivemos a delinear a atuação para os próximos tempos”, declarou o coordenador regional bloquista, Paulino Ascensão, no final da primeira reunião de trabalho da nova comissão política, que substitui Roberto Almada na convenção que decorreu a 04 de março.
O novo coordenador do BE insular informou que esta força política, que tem dois dos 47 deputados no parlamento do arquipélago, elegeu “a valorização do trabalho na Madeira como tema central que deverá marcar a atuação do Bloco para os próximos tempos, nomeadamente até o fim da sessão legislativa da Assembleia Regional”.
Paulino Ascensão sublinhou que “a valorização do trabalho é um tema que abarca várias vertentes”, enunciando o problema dos “baixos níveis dos salários praticados na generalidade das profissões”.
“Tem havido uma cumplicidade do Governo Regional com os patrões para o empobrecimento dos trabalhadores da hotelaria e do trabalho em geral”, sublinhou.
O responsável destacou a situação no setor da hotelaria madeirense que “é a atividade dominante em termos de volume de emprego”, onde são praticados baixos salários com a “colaboração” do Governo Regional.
O também deputado do BE na Assembleia da República, salientou que o executivo madeirense aceita “a desvinculação da contratação coletiva de trabalho e a redução de rendimentos”, como as horas extras e os dias de folga.
Paulino Ascensão censurou também o recurso ao programa de ocupação temporária de desempregados por parte das administrações pública e local, considerando que “é uma forma de dar mais força para baixar os salários, à precariedade, porque essas pessoas fazem os mesmos trabalhos que os que têm vínculo definitivo e recebem muito abaixo do salário mínimo”.
No seu entender é preciso acabar com esta “lógica de empobrecimento do princípio que mais vale pouco que nada”, uma situação que se “reflete na manutenção dos índices de pobreza que aumenta negócios da caridade”.
Mencionou ainda que veio “a público que milhões canalizados para associações privadas, que serve apenas para dar emprego aos políticos no inativo, que vieram do Governo ou da Assembleia Regional, que são instrumentos de propaganda do PSD, o partido do governo”.
O coordenador do BE/Madeira defendeu que “se o trabalho e os salários forem valorizados, isso aumenta o poder de compra e a rentabilidade das pequenas empresas e do pequeno comércio”.
Ainda complementou que “estar a criar programas de valorização quando as pessoas não têm poder de compra parece inútil e quanto muito serve para alimentar os negócios da formação”.
“Portanto, a valorização do trabalho e salários é raiz de uma série de problemas de pobreza e é nisso que vamos concentrar na nossa atuação”, concluiu.
LUSA