"Neste momento, encontram-se mais dois projetos da Madeira propostos para serem contratualizados e 15 intenções de investimento", sublinhou Pedro Calado, no Funchal, durante a apresentação pública deste instrumento financeiro.
Os dois projetos já aprovados visam a reabilitação total de prédios onde vão funcionar unidades hoteleiras.
O IFRRU 2020 dispõe de um orçamento de 1,4 mil milhões de euros para apoiar investimentos em reabilitação urbana em todo o território nacional, reunindo diversas fontes de financiamento, nomeadamente fundos europeus e da banca comercial.
O presidente da Comissão Diretiva do IFRRU, Abel Mascarenhas, disse que ao nível nacional já estão em curso mais de 40 candidaturas, representando um investimento de 120 milhões de euros, havendo ainda a assinalar 300 intenções de projetos.
"Vamos criar cidades com futuro", realçou, vincando a importância da parceria com as Câmaras Municipais, entidades responsáveis pela criação das ARU – Áreas de Reabilitação Urbana -, onde têm de estar localizados os edifícios a beneficiar dos apoios do IFRRU.
Os edifícios reabilitados podem destinar-se a qualquer uso, como habitação, atividades económicas e equipamentos de utilização coletiva, sendo que pode candidatar-se qualquer entidade singular ou coletiva, pública ou privada.
Na Região Autónoma da Madeira, o Instrumento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbanas é gerido pelo Governo Regional, através do Instituto de Desenvolvimento Empresarial, que lhe alocou verbas do Programa Operacional 14-20.
O vice-presidente disse que o executivo já investiu desde 2015 oito milhões de euros na recuperação de imóveis, o que representa 25 mil metros quadrados, dentro da ARU definida pelo município de Funchal.
Pedro Calado sublinhou, no entanto, que no "domínio da infraestruturação" a Madeira chegou ao "fim de um ciclo" e em termos de grandes obras está apenas por executar o novo hospital, infraestrutura que considera "prioritária e urgente".
"O modelo de desenvolvimento assente na construção nova já se encontra esgotado, pelo que aposta não pode ser na expansão dos centros habitacionais, mas no regresso das populações aos centros urbanos", afirmou, destacando a importância do IFRRU 2020 neste campo.
Ainda assim, o governante expôs alguns números que apontam para o crescimento do setor da construção, nomeadamente a conclusão de 268 edifícios em 2017 (mais 43,3% face a 2016) e a comercialização de cimento, que se fixou em 109,4 mil toneladas (mais 11,6% do que no passado).
LUSA