O diretor do Memorial do Campo de Concentração de Buchenwald, Jens-Christian Wagner, afirmou que uma das lições da era da Alemanha nazi é “que os partidos anticonstitucionais devem ser privados da oportunidade de abusar da democracia para a abolir”.
A campanha “Defender a Dignidade Humana: Banir a AfD Agora” tem como objetivo obter uma maioria parlamentar a favor de uma moção no Parlamento alemão (Bundestag) nas próximas semanas.
Além disso, os organizadores anunciaram uma série de protestos contra o partido, incluindo-os também no congresso nacional que se realizará no final do mês em Essen (oeste).
A proibição da AfD tem sido repetidamente discutida no país nos últimos meses, embora os críticos desta possibilidade assinalem que os procedimentos seriam muito morosos e que o significado da decisão, que teria de ser tomada em última instância pelo Tribunal Constitucional, é desconhecido.
A este respeito, manifestaram também preocupação quanto ao impacto da proibição de um partido com forte apoio dos eleitores.
No entanto, a campanha argumentou que “a proibição da AfD não é apenas possível, mas também politicamente necessária”, de acordo com a agência noticiosa alemã DPA.
A campanha argumenta que “a proibição da AfD não só é possível como politicamente necessária”, segundo a agência noticiosa alemã DPA.
“Nos últimos anos, a AfD tornou-se um partido dominado por forças de extrema-direita. Difunde ideias nacionalistas racistas, ridiculariza a democracia e ataca o Estado de direito”, argumentaram fontes da campanha.
A campanha foi lançada na sequência de notícias publicadas no “Correctiv”, uma redação alemã de jornalismo investigativo sem fins lucrativos, com sede em Essen, sobre uma reunião de forças de extrema-direita em Potsdam, em novembro de 2023, em que também participaram representantes da AfD e em que foram discutidos planos para expulsar os migrantes e respetivos descendentes da Alemanha.
Lusa