“A minha obrigação é continuar a acompanhar os atos de Governo. Eu não tenho feito apelo ao voto, não tenho dito mal da oposição, não tenho feito qualquer alusão para apelar ao voto, portanto vou continuar a trabalhar, que é a minha obrigação”, disse.
Miguel Albuquerque falava aos jornalistas à margem de uma visita a três empresas na freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, na zona leste da Madeira, onde se deslocou na qualidade de chefe do executivo de coligação PSD/CDS-PP.
Questionado sobre a acusação de alguns partidos da oposição de utilizar o cargo de presidente do executivo, agora na condição de demissionário, para fazer propaganda eleitoral, Miguel Albuquerque respondeu que não tem feito nada diferente, salientando que “o Governo não pode parar”.
O Governo da Madeira, com o apoio parlamentar do PAN, está em gestão desde o início de fevereiro, depois de Miguel Albuquerque ter pedido a demissão do cargo após ser constituído arguido no processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago e de o PAN lhe ter retirado a confiança política.
Na sequência da crise política, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento regional e convocou eleições antecipadas para 26 de maio.
Hoje, às 14:30, Miguel Albuquerque recebe em audiência uma delegação da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que está de visita à região no âmbito da preparação da eleição para a Assembleia Legislativa.
“Nada é perfeito nestes processos eleitorais, há sempre alguns excessos, mas normalmente as coisas têm corrido muito bem”, disse, acrescentando que em “todos os atos eleitorais os partidos apresentam queixas, há mais um excesso de um lado e de outro”.
“Mas, acho que não há problema de maior”, acrescentou.
Já em relação à visita às três empresas na freguesia do Caniço, Miguel Albuquerque explicou que se insere no roteiro das firmas criadas com apoio do Programa de Criação de Empresas e Emprego (CRIEE), promovido pelo Instituto de Emprego da Madeira.
“É importante continuarmos a apoiar e estimular este tipo de iniciativas, são pessoas que criam as suas empresas, têm sentido de risco, têm inovação”, sublinhou.
Os três projetos receberam apoios no valor global de 75 mil euros e criaram nove postos de trabalho.
Desde 2015, o Instituto de Emprego da Madeira possibilitou a criação de 514 projetos empresariais, que geraram 877 postos de trabalho, num investimento global por parte da região na ordem dos 8,8 milhões de euros.
Lusa