O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, criticou hoje a falta de credibilidade das promessas do primeiro-ministro, esperando que o Governo cumpra compromissos assumidos há anos com a região.
Miguel Albuquerque falava durante uma visita às obras de requalificação do centro de saúde da freguesia da Camacha, nas zonas altas do concelho de Santa Cruz, um dos seis projetos de intervenção previstos nestas unidades de saúde e que custou 91 mil euros.
Questionado sobre se a anunciada visita à Madeira do primeiro-ministro, António Costa, em 26 de janeiro – enquanto secretário-geral do PS -, era uma boa notícia, o governante madeirense respondeu: “O que era boa notícia era que anunciasse, quando viesse cá, o cumprimento daquilo que prometeu em 2015”.
Na prática, explicou, as boas novidades seriam “a Madeira não estar a pagar juros agiotas ao Estado como está a pagar” e o anúncio de que vai haver apoio da administração central para a ligação marítima entre o continente e a Madeira.
Este apoio, sublinhou, deve ser dado já este ano, “porque em fantasias para o futuro já ninguém acredita”.
O social-democrata entende que António Costa deveria também assumir outro compromisso e anunciar, nesta visita, a entrada em vigor da revisão do subsídio de mobilidade, para os madeirenses “não terem de continuar a adiantar dinheiro para circular dentro de território nacional por via aérea”.
No entender do governante regional, outra boa notícia era António Costa “intervir na TAP”, já que o Estado “tem capital maioritário na TAP, para as viagens serem mais baratas e os madeirenses não continuarem a pagar valores altíssimos”.
Com uma redução de preços, acrescentou, o turismo nacional teria a possibilidade de visitar com maior frequência a Madeira.
O secretário-geral do PS vai participar a partir de sábado em sete convenções regionais do seu partido, incluindo Açores e Madeira, antes de, em 16 de fevereiro, anunciar o cabeça de lista socialista nas próximas eleições europeias.
Em 2015, na campanha para as eleições regionais, António Costa afirmou, enquanto líder socialista, que não fazia sentido a República não reduzir as taxas de juro do empréstimo concedido ao arquipélago.
Questionado sobre se estaria disposto, caso o PS ganhasse as legislativas nacionais, a negociar a dívida da Madeira, Costa respondeu: “é evidente que sim”.
O valor da dívida direta da região, reportado a 31 de dezembro de 2015, totalizava 3.177,7 milhões de euros, ou seja, mais 237,2 milhões de euros face ao montante da dívida no início desse ano.