"Hoje, mais do que nunca, a Região Autónoma da Madeira está refém de uma governação nacional que é a negação de todo o alicerce democrático e da afirmação da portugalidade no verdadeiro espírito do sentimento nacional", porque "a manobra político-partidária constitui a opção nacional", declarou no período antes da ordem do dia.
Para o deputado social-democrata, "a Região Autónoma da Madeira, democrática, está por sua conta e risco".
"Verifica-se que tudo o que de bom tem acontecido nos últimos anos é resultado do esforço exclusivo do povo madeirense e porto-santense, que teve que se habituar a não contar com qualquer solidariedade nacional", observou.
"Ao invés, todas as limitações, todos os problemas, todos os atrapalhos que condicionam o povo deste Portugal insular vêm da República, governada por uma esquerda da propaganda, do ‘show-off’ e do faz de conta", acrescentou.
O deputado lembrou que "ser português significa ser entendido por igual em qualquer parte do território nacional", ou seja, "pertencer ao país sem quaisquer condições" e "ser cidadão sem limitações de qualquer ordem", sublinhando que "desejar um país atlântico impõe presença digna no espaço e, acima de tudo, respeito por aqueles que, na insularidade, garantem a dimensão nacional".
Por isso, considerou que "atender aos constrangimentos específicos de cada território nacional é condição para a competência exigida na governação do país, no seu todo".
Para Eduardo Jesus, a Madeira tem recebido "da geringonça" [Governo do PS com acordos de incidência parlamentar com PCP, PEV e BE] "indiferença", "recusa" e "chantagem".
"Desta geringonça resulta o inacreditável enquadramento atual, de um país que nos deve dinheiro; se apropria dos nossos recursos; que explora os madeirenses, lucrando vergonhosamente connosco; que bloqueia a mobilidade dos madeirenses e que vem a correr para a fotografia, mas que tarda em aparecer na solução", denunciou.
A estas críticas, o presidente do grupo parlamentar do PS na ALM, Vítor Freitas, respondeu que o PSD, "partido autonomista intermitente, meteu a cassete do inimigo externo", esquecendo que Pedro Passos Coelho tratou a Madeira "pior" que a troika a Portugal.
LUSA