No voto de pesar, apresentado pela comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, a Assembleia da República qualifica Edson Arantes do Nascimento, conhecido como Pelé, como “um dos maiores ídolos de sempre do desporto brasileiro”, “o futebolista que foi capaz de marcar todo um século, sacralizando a camisola número 10 e varrendo o mundo com o seu talento”.
Recordando a vida de Pelé, o parlamento refere que o futebolista nasceu na cidade de Três Corações, no estado de Minas Gerais, tendo depois partido para São Lourenço “com a sua mãe Celeste, a fim de acompanhar a carreira do seu pai ‘Dondinho’, também ele avançado e conhecido pelos muitos golos que marcava”.
“Posteriormente veio a ser apelidado de Pelé que teve a sua origem na dificuldade que tinha em pronunciar o nome de um então guarda-redes e colega do seu pai no Vasco de São Lourenço, de nome Bilé. Esta dificuldade leva a que todos o comecem a tratar por Pelé em tom de brincadeira”, lê-se no texto.
O parlamento sublinha que Pelé se estreou no futebol com 12 anos, ingressando depois, em 1956, no Santos Futebol Clube, que disputava então “a qualificação no campeonato paulista”.
“Após ingressar no Santos o mundo do futebol mudou para sempre. A sua forma de jogar, o seu estilo, a ‘ginga’, o ‘futebol bonito’, nasceram com ele. A camisola número 10 ganhou um estatuto nunca antes tido, e nasceu o Rei do Futebol, Pelé”, refere-se.
Nesse período no Santos, o parlamento salienta que “foram anos marcados por dez títulos paulistas, seis campeonatos brasileiros, quatro torneios Rio-São Paulo, duas Taças dos Libertadores, outras tantas Intercontinentais e mais um par de troféus internacionais”.
Foram “também anos marcados por 100 golos de Pelé logo em 1958 e cuja lógica dos 100 golos por temporada apenas abrandou em 1963. A 19 de novembro de 1969 Pelé marca o seu milésimo golo de um total que subiria até aos 1284”, lembra-se.
Em termos de internacionalizações, o voto de pesar frisa que Pelé “marcou em quatro mundiais, tendo-se estreado, em 1958, frente à Argentina, encerrando o capítulo da seleção a 18 de julho de 1971, contando 31 anos e 95 golos em 123 jogos ou 77 golos em 92 partidas oficiais”.
“Reconhecido consensualmente como um dos melhores de sempre, Pelé marca gerações de adeptos e a sua partida marca, também, o fim de uma era de crescimento e afirmação da prática futebolística como modalidade de popularidade mundial indiscutível”,
O parlamento manifesta assim “o seu profundo pesar à família e amigos pela morte do Rei Pelé melhor jogador do século, cuja forma brilhante e explosiva de jogar marcou para sempre o futebol mundial”.
O antigo futebolista brasileiro Edson Arantes do Nascimento, conhecido como Pelé, morreu em 29 de dezembro de 2022 aos 82 anos.
A lenda do futebol brasileiro e mundial, único jogador tricampeão do Mundo, ficou internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em 29 de novembro, quando se submeteu a uma reavaliação do tratamento ao cancro detetado em setembro de 2021, e ao tratamento de uma infeção respiratória, agravada pela covid-19, com antibióticos.
Lusa