"Não é o facto de ter saído a lume uma investigação em curso, não é o facto de terem sido realizadas investigações, averiguações, incluindo buscas, que significa que as responsabilidades estão apuradas”, disse aos jornalistas em Londres, à margem de uma visita ao parlamento britânico.
Santos e Silva vincou que "até as responsabilidades estarem apuradas, todos são inocentes – repito, todos são inocentes”.
“O facto de estar a ser conduzida a uma investigação não significa que haja sequer a formação de culpa. E depois da formação da culpa e da acusação, haverá um julgamento e só no fim, se do julgamento resultar a averiguação de factos indevidos e a responsabilização dos seus responsáveis é que nós podemos falar de eventuais manchas, nódoas, casos ou o que seja”, acrescentou.
A Polícia Judiciária (PJ) mobilizou hoje cerca de 100 inspetores e peritos para buscas na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional do partido, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.
Em causa, segundo a CNN, que esteve em direto desde o início das buscas, estão suspeitas de um alegado uso indevido de dinheiros públicos, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar funcionários do partido que não trabalhariam no parlamento.
O Presidente da Assembleia reafirmou ainda a separação dos poderes em Portugal, em que a Justiça tem autonomia do poder político.
"O Parlamento coopera com as entidades judiciais na medida em que as entidades judiciais necessitem de colaboração com o Parlamento”, garantiu.
Tanto Rui Rio como o deputado e ex-secretário-geral adjunto do PSD Hugo Carneiro negaram terem cometido irregularidades.
Santos Silva encontra-se em Londres para uma visita oficial a convite do homólogo, Lindsay Hoyle, ‘speaker’ da Câmara dos Comuns.
O Presidente da Assembleia da República viajou acompanhado pelos deputados Sérgio Sousa Pinto (PS e presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Reino Unido), Joaquim Miranda Sarmento (líder parlamentar do PSD), João Dias (PCP) e Isabel Pires (BE).