A nota de pesar, assinada pelo presidente da ALM, Tranquada Gomes, destaca que Emanuel Nascimento dos Santos Rodrigues, de 75 anos, foi um “social-democrata de convicções fortes”.
“Madeirense ilustre com uma vida política assinalável, permanecerá na memória dos seus pares e dos madeirenses e porto-santenses como um exemplo de cidadania e dedicação à causa pública, pelos relevantes serviços prestados à autonomia regional”, escreve Trancada Gomes.
O atual responsável do parlamento madeirense recorda que “desde muito cedo [Emanuel Rodrigues] participou na construção e definição do processo autonómico, tendo sido eleito deputado à Assembleia Constituinte, mandato que desempenhou, em circunstâncias difíceis, com elevado brio, dedicação e eficácia.”
Tranquada Gomes recorda que o primeiro presidente do parlamento madeirense, que ocupou o cargo entre 1976 e 1984, “foi intransigente na defesa da autonomia e dos valores da região”.
Salienta ainda que a postura de Emanuel Rodrigues lhe granjeou “o respeito, estima e elevada consideração, quer junto da população, quer dos agentes políticos”.
O presidente do parlamento regional destaca, também, o “respeito e consideração que tiveram adequada tradução na eleição [de Emanuel Rodrigues] para primeiro presidente deste órgão legislativo, no início da autonomia” do arquipélago da Madeira.
Tranquada Gomes refere passagens do discurso que Emanuel Rodrigues proferiu na abertura da Assembleia Regional, em 22 de junho de 1976, no qual sublinhou que se estava a traçar “um novo horizonte de esperança para os madeirenses, chamados a construir pelas suas mãos o seu futuro coletivo”.
Para Emanuel Rodrigues, aquele momento ainda representava “um passo firme e decidido no caminho em direção à sonhada autonomia, àquela autonomia completa, real e efetiva, que os madeirenses tanto ambicionam, e que necessariamente acabarão por conseguir”.
Emanuel Rodrigues foi agraciado com a Medalha de Mérito da Região Autónoma da Madeira, que lhe foi outorgada em sessão solene, em 2001.
Nascido em Machico, na ilha da Madeira, em 25 de dezembro de 1943, o primeiro presidente do parlamento da Madeira morreu hoje, em Lisboa.
C/ LUSA