Nos últimos dias, os serviços do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), na ilha do Porto Santo, têm constatado um número elevado de coelhos bravos mortos, em áreas florestais e terrenos incultos. Perante este cenário, e segundo os sintomas apresentados nos animais encontrados, existe a possibilidade de um surto de Doença Hemorrágica Viral (DHV). Esta doença não se transmite ao ser humano.
O IFCN procedeu à recolha de vários exemplares mortos recentemente, em vários locais da ilha, encaminhando-os para o laboratório, para que sejam realizadas análises de despiste desta doença nos coelhos do Porto Santo. No entanto, e como medida preventiva, o IFCN está a efetuar a recolha ativa dos animais mortos, enterrando-os e desinfetando esses locais com cal viva.
A DHV é uma doença altamente contagiosa entre os coelhos, provocada por um vírus do género calicivurus, com elevadas taxas de mortalidade. A transmissão ocorre mediante contato direto com os coelhos infetados e também por transmissão indireta, onde os insetos, aves e mamíferos podem atuar como vetores importantes.
Os surtos desta doença ocorrem geralmente com maior frequência durante o outono e inverno, sendo o sinal clínico mais evidente a morte súbita. Alguns animais mortos podem apresentar sangue espumoso no nariz e hemorragia nos pulmões, fígado, baço e coração.
Com o decorrer do período de caça para esta espécie cinegética e com a crescente mobilidade de pessoas e animais na ilha do Porto Santo, o IFCN alerta a todos os caçadores que se desloquem aquela ilha que, após a jornada de caça desinfestem todo o vestuário e calçado que utilizaram, bem como os cães e outro material auxiliar, evitando assim o contágio desta doença para outros locais.
Na Ilha do Porto, a mortalidade que se verificou em 2012, nos coelhos bravos Santo, foi provocada pela Mixomatose.