Em consequência dos graves incêndios que assolaram a Ilha da Madeira, e destruíram extensas áreas de pastagens afetas a três cooperativas de criadores de gado, nomeadamente nos concelhos da Calheta e da Ponta do Sol, muitos proprietários de bovinos deixaram de poder apascentar os seus animais, visto não existirem alternativas viáveis dentro dessas áreas.
A Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, através do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, vai estabelecer um protocolo de colaboração com a Sociedade de Promoção e Desenvolvimento da Zona Oeste da Madeira, no sentido desta disponibilizar, para apascentação, os terrenos que dispõe na freguesia da Ponta do Pargo.
Assim sendo, as direções das cooperativas das Serras da Freguesia dos Prazeres, das Serras da Freguesia do Estreito da Calheta e das Serras das Freguesias da Calheta, Arco da Calheta, Canhas, Ponta do Sol e Tabua, acordaram em sensibilizar os seus associados, criadores de bovinos, para apascentar os seus animais naqueles terrenos da Ponta do Pargo, até ao final do mês de março de 2017, época a partir da qual se prevê que as pastagens afetas às cooperativas já estejam regeneradas.
Os critérios para a colocação dos bovinos nessa área serão acordados entre o Instituto de Florestas e as direções das cooperativas de criadores de gado.
Para além deste contributo, o governo regional, através do Programa de Desenvolvimento Rural para a Região Autónoma da Madeira 2020 – PRODERAM, abriu, até 31 de outubro, as candidaturas a fundos europeus, no valor máximo de 4 milhões de euros, para apoio à reparação dos danos causados à floresta nos últimos incêndios.
Poderão concorrer pessoas individuais ou coletivas detentoras de terras privadas e entidades públicas responsáveis pela gestão de espaços florestais, sendo a taxa de apoio aos investimentos elegíveis de 100%.
O Governo Regional, através da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, vai também ceder, a título gratuito, 3.500 plantas da flora natural da Madeira, para recuperar espaços verdes afetados pelos incêndios do passado mês de agosto, e pretende criar no Montado da Alegria, em São Roque, uma área modelo de 25 hectares, onde deseja demonstrar a privados e entidades públicas que é possível reverter a ausência de gestão florestal, criando um coberto de espécies folhosas com maior resistência ao fogo e com menos probabilidade de arderem.