As russas Irina Parfinskaya e Irina Khidirova gerem uma loja de artesanato no centro do Funchal, na ilha da Madeira, onde se destacam as coloridas bonecas matrioskas e peças em tecido, madeira e metal, na maioria produzidas pelas próprias.
"Também temos peças feitas por amigos russos, como é o caso da bijutaria, e, por outro lado, há madeirenses que entram na loja e oferecem produtos artesanais feitos por si para pormos à venda", contou à agência Lusa Irina Khidirova.
A loja "FunChalet" (designação que combina a palavra inglesa ‘diversão’ e o termo francês ‘casa’, formando ao mesmo tempo o nome da capital da ilha) abriu há cerca de um ano, assente na ideia e no projeto de Irina Parfinskaya de colocar à venda os seus "maravilhosos bonecos de tecido".
"Eu cheguei à Madeira há cinco anos com a minha filha. Ela acabou a escola na Rússia e nós decidimos emigrar. Tentámos o negócio primeiro lá, mas depois optámos por sair e viver aqui", explicou.
Já a parceira de negócio, Irina Khidirova, veio viver para a ilha porque é casada com um madeirense.
"Toda a minha vida adorei fazer peças pelas minhas próprias mãos, mas na Rússia eu trabalhava noutra área. Aqui, na Madeira, os meus sonhos concretizaram-se", confessou, embora reconheça que "não é fácil" montar e manter um estabelecimento de venda de artesanato numa época de crise.
Entre as muitas pessoas que passam na rua e as poucas que entram, permanece, no entanto, viva a aposta das duas russas em manter aberto um espaço para as suas criações.
"Os portugueses gostam muito de bonecas matrioskas para presentes, mas também há pessoas que procuram coisas para a decoração das casas, coisas pequenas, fáceis de transportar", explicou Irina Parfinskaya.
Além disso – acrescentou a colega -, todos têm a garantia de estar a comprar "peças únicas".
Numa fase inicial, as duas artesãs tentaram comercializar os produtos em feiras de ruas, mas não tiveram sucesso.
"As feiras são para coisas que custam um ou dois euros e estes produtos, como são mais caros, não vendem", disse Irina Parfinskaya.
Mesmo assim, pouco ou nada apostam em publicidade, ainda que a "FunChalet" esteja já referenciada em diversos sítios da internet, nomeadamente no Facebook e no TripAdvisor.
"Normalmente, não fazemos publicidade da loja. A minha opinião é que se alguém que passa na rua tiver interesse, vai entrar, vai perguntar. Eu não gosto da política agressiva do comprar à força. Para estas coisas, uma pessoa tem de sentir que gosta, que quer", salientou Irina Khidirova.
C/Lusa