O juiz Juan M. Merchan tinha repreendido anteriormente os advogados do ex-presidente quando avaliava a data para reagendar o julgamento, depois de um adiamento, por aqueles terem sugerido “má conduta do Ministério Público”.
Os procuradores alegaram que os documentos novos apresentados pelos advogados de defesa não eram relevantes para o caso, não justificando o adiamento do julgamento, como era pretensão de Trump.
Merchan, que no início deste mês adiou o julgamento pelo menos até meados de abril, disse aos advogados de defesa que deveriam ter agido mais cedo se acreditassem que não tinham todos os registos aos quais achavam que tinham direito.
O candidato presidencial republicano chegou ao tribunal para uma audiência marcada em vez do há muito planeado início da seleção do júri no primeiro dos seus quatro casos criminais a ir a julgamento.
O anúncio do adiamento aconteceu no dia em que Trump soube que um tribunal de recurso de Nova Iorque aceitou adiar também o pagamento parcial de uma pena num outro processo civil.
Este processo – em que Trump é acusado de ter usado dinheiro da sua candidatura presidencial de 2016 para pagar o silêncio da ex-atriz pornográfica Stormy Daniels, para que esta não revelasse um encontro sexual – assumiu importância adicional, dado que é o único dos processos contra Trump que parece provável ser julgado nos próximos meses.
O gabinete do procurador distrital disse que tinha pouco material novo nos documentos encontrados e que não há razão para mais adiamentos, com o procurador Matthew Colangelo a alegar em tribunal que o número de novos documentos relevantes e utilizáveis “é muito pequeno”, cerca de 300 registos ou menos.
Os advogados de Trump argumentaram que a avaliação dos novos registos justificava o arquivamento do caso ou pelo menos o adiamento por três meses.
Trump declarou-se inocente das acusações de falsificação de registos, mas os procuradores dizem que ele o fez para proteger a campanha de 2016, enterrando o que dizem serem histórias de sexo extraconjugal.
Trump repetiu hoje aos jornalistas as afirmações de que o caso é uma “caça às bruxas” e uma “farsa” promovida pelos seus adversários políticos.
Contudo, o seu antigo advogado Michael Cohen já se declarou culpado, em 2018, de acusações federais, incluindo violações de financiamento de campanha relacionadas com o pagamento de 130 mil dólares (cerca de 110 mil euros) a Stormy Daniels.
Lusa