Cerca das 22:00 locais, as “autoridades marroquinas, com a colaboração das autoridades espanholas, em estreita articulação com a Polícia Judiciária (PJ)” detiveram o suspeito, que estava em fuga desde 07 de setembro.
“A operação policial internacional foi desencadeada em menos de 24 horas, contou com o forte apoio da Cuerpo Nacional de Policia (CNP) espanhol e da Direção Geral de Vigilância Territorial Nacional (DGST) marroquina, com base em informação credível da PJ, de que Fábio Loureiro estaria em Marrocos.
Sobre Fábio Loureiro recaía um mandado de detenção internacional e estava na lista dos mais procurados da Interpol, refere a PJ em comunicado.
Fábio Loureiro está condenado pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão e será agora “presente às autoridades judiciárias de Marrocos tendo em vista a sua extradição para Portugal para efeitos de cumprimento de pena”, acrescenta ainda a PJ.
Segundo o relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a fuga dos reclusos “demorou seis minutos” e só foi detetada cerca de uma hora depois.
O grupo de evadidos incluía dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
Destes, apenas Fábio Loureiro foi detido pelas autoridades.
A fuga levou ao afastamento do direitor da cadeia e à demissão do então diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa e Gonçalves, que foi substituído interinamente por Isabel Leitão, que já integrava aquela direção-geral tutelada pelo Ministério da Justiça.
A fuga de Vale de Judeus levou a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que ordenou uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas, a ser ouvida recentemente sobre o caso na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a requerimento da Iniciativa Liberal.
Hoje, guardas de várias cadeias do país são esperados hoje numa concentração defronte de Vale de Judeus, promovida pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), que quer “demonstrar a união e o apoio do corpo da guarda prisional aos colegas do EP de Vale de Judeus” e, desta forma, “demonstrar que existem problemas transversais a todos os estabelecimentos prisionais e que afetam a vida de todos” estes profissionais.
Lusa