“A partir de 01 de outubro de 2021, o Bolívar Digital entrará em vigor, aplicando uma escala monetária que elimina seis zeros à moeda nacional. Ou seja, todos os valores monetários e tudo o que se expressa em moeda nacional vai ser dividido por um milhão (1.000.000)”, explica um comunicado do BCV.
O BCV detalha que “conviverão o bolívar físico (notas e moedas) e o bolívar digital” como expressão da economia venezuelana e que a taxa de câmbio (cotação) “continuará a ser determinada pelo Sistema de Mercado de Câmbio da Venezuela e calculada com base nas transações cambiais realizadas por indivíduos e empresas através das mesas de câmbio dos bancos”.
“A introdução do bolívar digital não afeta o valor da moeda, ou seja, o bolívar não terá mais ou menos valor, apenas a facilidade de utilização está a ser levada a uma escala monetária mais simples”, explica-se ainda no comunicado.
O comunicado, divulgado pelo ministro venezuelano da Comunicação e Informação através das redes sociais, explica que o câmbio “se apoia no aprofundamento e desenvolvimento da economia digital” e “constitui um marco histórico necessário” no caminho par recuperação económica “após a crise produzida por um ataque brutal à economia e moeda nacional e (após) a aplicação criminosa de um bloqueio económico e financeiro”.
Segundo o Banco Central da Venezuela “a transformação da moeda nacional (venezuelana) ao formato digital, a sua utilização e popularização através de meios de pagamento eletrónicos” permitirá “avançar na construção de uma visão moderna da moeda nas transações quotidianas.
Por outro lado, “facilitará uma maior conexão da população com o seu signo monetário” e “reduzirá os custos por transações na economia”.
O BCV afirma ainda que “a Venezuela está num processo progressivo de modernização dos seus sistemas de pagamento” e que em data recente começou a funcionar o novo “Sistema de Troca de Mensagens Financeiras” feito localmente, “por venezuelanos, promovendo a independência de sistemas estrangeiros para operações bancárias nacionais na consolidação da utilização efetiva da nossa moeda legal”.
“A modernização dos sistemas de pagamento tem como propósito expandir imediatamente a utilização do bolívar digital, facilitando as transferências entre clientes de diferentes bancos, que passam a ser recebidas em poucos segundos com os mais elevados padrões internacionais de qualidade”, afirma.
No documento, o BCV explica que a instituição e o Governo venezuelano “continuarão a proteger e a garantir a soberania monetária a fim de promover a recuperação da nossa economia e de tornar inexpugnável a independência do nosso país (Venezuela) contra fatores locais e estrangeiros que atacam a Venezuela”.
Entretanto, foram divulgadas imagens, de novas notas de cinco, 10, 20 e 50 bolívares, e uma moeda de um bolívar digital.
Em 2008 a Venezuela eliminou três zeros ao bolívar e introduziu o bolívar forte (BsF). Em 2018 eliminou cinco zeros à moeda e lançou o atual bolívar soberano (BsS).
Em 2020 a inflação anual na Venezuela, segundo o BCV, foi de 2.959,8%, um valor inferior aos 3.713% apontado pela oposição.