Desde que a atividade piscatória retomou alguma da normalidade após os dois anos de crise pandémica acentuada, esta é a primeira vez em que o volume total de pesca descarregado durante os dois períodos em análise, janeiro a abril de 2021 e janeiro a abril de 2022, regista um aumento de 10,18%, mas o valor comercial do mesmo pescado foi de 23,20%.
Entre as espécies que registam um acréscimo médio significativo, em termos de valor comercial, está o atum patudo. Na realidade, entre janeiro e abril de 2021 foram descarregadas um pouco mais de 507 toneladas de atum patudo, que renderam 1 645 605 euros. No mesmo período homólogo, em 2022, as embarcações deixaram nas lotas pouco mais de 513 toneladas, o que revela um aumento de 1,18%. Apesar do total do pescado descarregado representar apenas mais 1%, o valor comercial desse aumento disparou para os 22,08% representando uma faturação de 2 008 939 euros.
Há outro dado que merece uma nota de análise. Entre janeiro e Março de 2021, foram descarregadas 98 toneladas de atum patudo. No mesmo espaço de tempo, em 2022, 79 toneladas. Em abril de 2022, esse valor já se situava nas 513 toneladas.
Numa análise a estes resultados elaborados pela Direção Regional de Pescas, através da direção dos serviços de Lotas e Entrepostos, o secretário regional de Mar e Pescas, Teófilo Cunha, começa por dizer que “os números são um claro indicador de que os pescadores têm os seus rendimentos assegurados”, lembrando que “é para esse objetivo que o Governo trabalha todos os dias”.
O governante nota com satisfação “a subida significativa de captura do atum patudo”, no espaço de um mês, de março para abril, com um aumento de 433 toneladas e faz questão de sublinhar “a subida acentuada do preço médio do atum em primeira venda, com o pescado a ser valorizado acima dos 22%”.
Depois de um período de incertezas e apreensão na comunidade piscatória, em particular a que se dedica à safra do atum, resultantes da subida repentina do preço dos combustíveis em consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, desde a semana posterior à Páscoa que o setor manifesta maior tranquilidade, com números mais animadores para os pescadores que vêm o pescado que descarregam a valorizar mais 22%.