“A estimativa preliminar da Conta Satélite do Turismo para 2021 aponta para um aumento nominal de 27,3% do Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) face a 2020, tendo este representado 5,8% do VAB nacional (4,8% em 2020) e ficado ainda 2,3 pontos percentuais abaixo de 2019”, antes da pandemia, refere o INE nas ‘Estatísticas do Turismo 2021’.
Segundo o INE, “estima-se que a atividade turística tenha gerado um contributo direto e indireto de 16.800 milhões de euros para o PIB [Produto Interno Bruto] em 2021, o que corresponde a 8,0% (6,6% em 2020 e 11,8% em 2019)”.
“Estes resultados traduziram-se num contributo de cerca de dois terços para a redução em volume do PIB em 2020 e em pouco mais de um terço para a sua recuperação em 2021”, nota o INE.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo INE, e tendo por base o ‘Inquérito às Deslocações dos Residentes’, no ano passado 44,0% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística, o que representou um acréscimo de cinco pontos percentuais face a 2020, correspondendo a 4,5 milhões de indivíduos e traduzindo uma recuperação parcial da descida registada em 2020, face a 2019, em que o número de turistas diminuiu 1,4 milhões.
Em 2021, os residentes em Portugal realizaram 17,5 milhões de deslocações turísticas, o que correspondeu a uma subida de 21,6% (-41,1% em 2020).
As viagens em território nacional aumentaram 20,2% (-35,7% em 2020) e as deslocações para o estrangeiro cresceram 48,8% (-78,1% em 2020), tendo ficado, em ambos os casos, abaixo dos níveis de 2019 (-22,7% e -67,4%, respetivamente).
Cada viagem teve uma duração média de 4,7 noites (4,8 noites em 2020), sendo que as deslocações ao estrangeiro apresentaram uma duração média de 9,4 noites (+2,2 noites em comparação com o ano anterior e também face a 2019) e as viagens nacionais de 4,4 noites (4,7 noites em 2020; 3,6 noites em 2019).
As viagens turísticas realizadas pelos residentes geraram mais de 82,6 milhões de dormidas (+18,4% face a 2020; -16,7% face a 2019), tendo a maioria ocorrido em Portugal (88,5% do total, 93,0% em 2020).
As dormidas em Portugal cresceram 12,6%, enquanto as ocorridas no estrangeiro aumentaram 94,1%, revelando uma recuperação parcial das descidas observadas no ano anterior (-15,6% e -78,0%, respetivamente; -5,0% e -57,3% em 2021 face a 2019).
De acordo com o INE, a despesa média por turista em cada viagem de residentes fixou-se em 196,6 euros, aumentando 11,6% face a 2020 e aproximando-se do valor de 2019 (-0,3%).
Nas deslocações domésticas, os residentes gastaram, em média, 170,1 euros por turista/viagem, mais 11,8 euros do que em 2020 (+35,2 euros face a 2019), enquanto em deslocações para o estrangeiro o gasto médio por turista/viagem foi de 628,7 euros, um aumento de 91,9 euros (mais dois euros face a 2019).
Em 2021, a remuneração bruta mensal por trabalhador ao serviço aumentou 7,5% nas atividades de alojamento, para 1.115 euros, inferior em 247 euros ao registado no total da economia.
Lusa