Pelas 12:00, os trabalhadores concentraram-se em frente ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, ao som de aplausos, enquanto apelavam ao pagamento dos salários.
“O motivo mais emergente foi o não pagamento de salários. Fomos informados, no final da semana passada, pelo acionista privado, por e-mail direto […] que não tinham dinheiro para pagar”, precisou, em declarações à Lusa, um dos membros da comissão de trabalhadores, José Luís Teixeira, notando, que, até ao momento, não têm previsão para a liquidação das verbas em causa.
Segundo este responsável, além do salário de fevereiro os trabalhadores da Groundforce (que presta serviços de terra no aeroporto) estão “há muito tempo a aguentar a austeridade”, com progressões e subsídios de férias por validar.
“Estes trabalhadores têm direitos e merecem ser ouvidos”, vincou.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) denunciou, na sexta-feira, que os cerca de 2.400 trabalhadores da Groundforce estavam a ser informados pela empresa de que os salários de fevereiro não vão ser pagos nos próximos dias.
Na carta endereçada aos trabalhadores, e a que a Lusa teve acesso, o presidente do Conselho de Administração da Groundforce, Alfredo Casimiro, disse que a empresa não está em condições de pagar de momento os salários de fevereiro sem que esteja concluído o processo de empréstimo bancário.
O presidente da empresa afirmou que até agora a Groundforce tem conseguido sobreviver com o apoio da TAP, cumprindo as obrigações mínimas através de adiantamentos sobre serviços a prestar no futuro.
No entanto, "o Conselho de Administração da TAP informou [na quinta-feira] não lhes ser possível conceder este auxílio que, acreditamos, seria o último antes da contratualização do empréstimo bancário com garantia de Estado", referiu Alfredo Casimiro na carta.