O PHG, que tem e gere cerca de 90 unidades hoteleiras em 15 países, tem em desenvolvimento "o plano de expansão mais ambicioso de sempre", com projetos de mais de 200 milhões de euros.
Hoje, José Roquette anunciou que o PHG vai investir 44 milhões de euros na abertura de cinco novos hotéis, dois em Lisboa e três no Porto, que se juntam, em termos de expansão internacional, tal como tinha sido noticiado em 12 de setembro, ao sexto hotel da marca Pestana CR7, num investimento de 60 milhões de euros, em Paris, França.
"Esta expansão internacional continua muito intensa, mas a verdade é que temos hoje em Portugal os nossos melhores casos de investimento. Ou seja, hoje, mesmo comparando com todos os outros mercados onde estamos a concretizar projetos ou a ver projetos, não temos nenhum mercado onde seja tão rentável investir como em Portugal", afirmou José Roquette.
"Esta é uma realidade dos últimos dois, três anos e julgo que vai ser uma realidade durante alguns anos. Não será sempre, mas é um facto", sublinhou o responsável.
José Roquette considera, por isso, que Portugal "tem conseguido manter-se competitivo como destino turístico", tem conseguido "subir nos ‘rankings’ [da receita por quarto disponível – RevPAR]" europeus – “comparando-se com Roma e Milão, um orgulho” – e "conseguido converter isso em rentabilidade".
Tal facto, justifica também o reforço da aposta em zonas históricas de Lisboa e Porto, por exemplo.
"O Grupo Pestana como líder do mercado em Portugal faria um erro em não aproveitar desse momento [de boa rentabilidade]", referiu.
"Nos últimos anos, Portugal conseguiu crescer extraordinariamente. Penso que hoje o hotel mais rentável, por quarto, do grupo é a Pousada de Lisboa, no Terreiro do Paço [em Lisboa]. Há uns cinco anos atrás, o nosso hotel em Londres liderava esse ‘ranking’ [de rentabilidade] e nunca imaginámos que um hotel nosso em Portugal pudesse chegar a esse patamar. Hoje temos três hotéis que o superam (Pousada de Lisboa, a Pousada do Freixo e o Pestana Vintage), que ultrapassam os níveis de rentabilidade por quarto que predominam nas grandes capitais europeias: estamos a falar de 40 mil euros por quarto", acrescentou.
Ainda assim, insiste o responsável, "é preciso ter a noção de que isto é cíclico", que Portugal "já viveu momento difíceis" e que "nada é para sempre, quer para o bem quer para o mal".
A ideia que de Portugal está a viver um ciclo positivo, mas que será inevitável o regresso de uma eventual crise é vivida sem alarmismos.
"Temos esta ideia do rumo firme, mas com atenção à próxima crise – ela virá. Temos de ter a noção que estamos num país que está a viver um período turístico muito bom, está a viver um ciclo muito positivo, em parte, sobretudo, no Algarve e na Madeira, beneficiou muito das consequências da Primavera Árabe, mas não tenhamos ilusões, esses efeitos com o tempo diluem-se, podem voltar outra vez, mas a verdade é que são cíclicos. Acreditamos que se olharmos para a estrutura económica do nosso país, a fragilidade do endividamento existe. Não nos admiremos se, passados uns anos, Portugal possa vir a estar novamente numa situação mais frágil e, obviamente, o grupo precisa de estar preparado para isso", afirmou.
Uma das medidas com a diversificação do investimento em mercados e tipo de negócio – uns em alugueres, outros apenas com gestão –, passa também por alterar "a dependência do grupo", ajudando-o a ter "mais equilíbrio" na sua oferta hoteleira.
Por exemplo, a abertura das cinco unidades hoteleiras anunciadas agora para as duas cidades portuguesas mais importantes vai alterar o impacto no peso dos resultados do grupo por região: Lisboa ficará perto dos 25%, o Porto vai superar os 15%, mantendo o Algarve 20% e a Madeira 30%.
José Roquette referiu ainda que o EBITDAR (resultado antes de juros, impostos, amortizações, depreciações e rendas) do grupo deverá ascender este ano a 130 milhões de euros, o que representa "um crescimento de, pelo menos, 10%".
LUSA