“Os nossos serviços de informações têm provas que sugerem que o ataque foi dirigido e coordenado por especialistas militares britânicos”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, numa conferência de imprensa.
“Há evidências de que o Reno Unido está envolvido numa sabotagem, num ataque terrorista contra infraestruturas vitais de energia não russas, mas internacionais", continuou Peskov.
Segundo o porta-voz do Kremlin, essas ações “não podem ficar sem resposta”, pelo que Moscovo vai agora analisar as medidas a tomar, criticando “o silêncio inaceitável das capitais europeias”.
No sábado, o exército russo tinha acusado Londres de estar envolvida nas explosões que levaram à fuga de gás no Nord Stream, alegações que surgiram após um ataque de ‘drones’ (aparelhos voadores não tripulados) perpetrado pelo exército ucraniano contra a frota naval que a Rússia mantém no Mar Negro, na Crimeia, planeado, segundo Moscovo, também por “especialistas britânicos”.
Londres, através do Ministério da Defesa considerou “falsas” as acusações, que servem unicamente para “desviar a atenção” da invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro.
A 26 de setembro, quatro grandes fugas de gás foram detetadas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 na ilha dinamarquesa de Bornholm – dois na zona económica sueca as restantes duas na da Dinamarca.
As investigações submarinas preliminares reforçaram as suspeitas de sabotagem, pois as fugas foram precedidas de explosões.
Os dois gasodutos Nord Stream, que ligam a Rússia à Alemanha, estão no centro das tensões geopolíticas há anos, intensificadas após a decisão de Moscovo cortar o fornecimento de gás para a Europa.
Fora de serviço, no entanto, os dois gasodutos continham gás quando foram danificados.