A informação foi hoje avançada pelo gabinete estatístico comunitário, o Eurostat, que avança que “a inflação anual da energia na UE atingiu 27% em janeiro de 2022, continuando a tendência ascendente”.
“Após a taxa mais baixa em cinco anos, em maio de 2020 (-11%), a inflação energética começou a aumentar, mas continuou a apresentar taxas negativas até fevereiro de 2021, variando entre -9% e -1% e, a partir de março de 2021, a inflação energética foi positiva e aumentou quase continuamente, atingindo 26% em novembro de 2021 e 27% em janeiro de 202”, elenca o Eurostat.
Assim, o valor registado em janeiro foi “a taxa de inflação da energia mais elevada desde que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor foi publicado pela primeira vez, em 1997”, acrescenta.
Por Estados-membros da UE, o gabinete estatístico revela que Portugal – ao mesmo patamar que a Croácia – registou a segunda taxa mais baixa de inflação na energia, de 12%, dois países apenas superados por Malta, que teve uma percentagem de 0%.
Em sentido inverso, as maiores taxas de inflação energética registaram-se na Bélgica (67%) e Holanda (58%), Lituânia (43%), Estónia (41%) e Grécia (40%).
Por subcomponentes da energia, o gás atingiu o seu ponto mais alto em janeiro de 2022 com quase 41%, um aumento de 13,5 pontos percentuais em relação ao mês anterior e significativamente acima de outras fontes de energia, como o combustível (26%) e a eletricidade (24%).
A contribuir para a elevada inflação estão os custos energéticos e os problemas nas cadeias de abastecimento globais, por questões como a situação geopolítica mundial, numa altura em que a tensão entre a Rússia e a Ucrânia se intensifica e causa novas perturbações no fornecimento de gás russo à Europa.
A taxa de inflação homóloga da zona euro alcançou um novo máximo de 5,1% em janeiro, confirmou o Eurostat na passada quarta-feira, indicando que Portugal registou a segunda mais baixa (3,4%) entre os Estados-membros da UE.
O gabinete oficial de estatísticas da UE confirmou assim a estimativa rápida divulgada no início do mês, que já apontava para um valor recorde da taxa de inflação no espaço da moeda única em janeiro, de 5,1%, o mais elevado desde o início da série, em 1997, e que contrasta com a taxa de 0,9% registada um ano antes, em janeiro de 2021, e 5,0% de dezembro do ano passado.
A tendência de subida de preços mantém-se desde o segundo semestre de 2021, impulsionados pelo setor da energia, onde a taxa de inflação subiu 2,80 pontos percentuais em janeiro.