As Pousadas de Portugal obtiveram receitas de 41 milhões de euros em 2018, mais cerca de 2,5%, ajudadas pela melhoria do preço e com os portugueses a aumentarem a representatividade, disse o presidente à Lusa.
"Passámos dos 41 milhões de euros de receita em 2018", disse Luís Castanheira Lopes em entrevista à Lusa, o que significa um aumento de cerca de 2,5% face aos 40 milhões de euros registados em 2017.
"Não digo que estabilizámos porque o ano 2018 foi um ano de crescimento, mas foi um ano de crescimento muito moderado. Os crescimentos de dois dígitos de 2016 para 2017 e de 2017 para 2018 terminaram", explicou o responsável.
Já a taxa de ocupação média do ano passado rondou os 62% a 63%, em termos globais "ligeiramente inferior" à do ano anterior, com "os mercados norte-americano e francês a continuarem a ser os que mais cresceram", disse.
"Os mercados que desceram foram o britânico e o alemão. Houve um acréscimo de portugueses – que se mantiveram, só que o número foi proporcionalmente maior por causa da queda do número de [clientes] estrangeiros".
Ou seja, as Pousadas de Portugal viram "uma ligeira alteração no peso dos mercados", levando a que os portugueses "tenham aumentado um bocadinho" a sua proporcionalidade, por contrapartida do decréscimo dos estrangeiros em 2018. "Os portugueses ficaram muito perto de um terço [mais de 33%], quando em 2017 representavam quase 30%”, afirmou.
À semelhança dos resultados do setor a nível nacional, no qual em 2018 o número de dormidas desceu, mas as receitas turísticas cresceram, também o grupo registou um preço médio mais alto.
"Conseguimos um preço melhor, sim. Os resultados obtidos são, sobretudo, pelo lado do preço. Porquê? Porque nos últimos anos fizemos fortes investimentos na rede de pousadas, com melhores pousadas e com pousadas com melhor produto (entrou na rede a Pousada de Lisboa, a da Covilhã, tínhamos melhorado várias no Alentejo com SPA, etc)", explicou Castanheira Lopes.
O presidente das Pousadas de Portugal referiu ainda, sem concretizar, a subida de "cerca de 8% do resultado bruto de exploração", numa média agregada, "já abaixo dos 10% e, portanto, muito diferente" dos crescimentos dos anos anteriores.
"Este resultado decorre de uma atividade díspar ao nível nacional. As pousadas são desse ponto de vista um bom barómetro porque temos pousadas no interior, no litoral, na serra, nas cidades, e, portanto, conseguimos ter essa leitura global da nossa procura. Se analisarmos área a área, temos áreas que decresceram, como, por exemplo, as pousadas do Algarve, que tiveram um comportamento em 2018 pior do que em 2017. Globalmente melhorámos por causa dos impactos que tivemos em Lisboa, em Viana do Castelo, em Viseu, na Covilhã, pousadas que estiveram melhores do que no ano anterior", acrescentou.
Tal como nos últimos anos, o responsável garante que os eventos nas pousadas "mantiveram-se e são o reflexo da melhoria da atividade económica", no geral.
"Os casamentos e outros eventos de natureza social ou societária têm a ver com o rendimento disponível das famílias e empresas, naturalmente. Desde 2016 que há melhoria face ao ano anterior e desse ponto de vista há melhoria [em 2018] face a 2017", referiu, acrescentando que dentro da operação do grupo "é um nicho interessante" porque acontecendo em todas as épocas do ano, em algumas alturas, "são absolutamente decisivos para a manutenção de uma atividade significativa", que a empresa deseja ter sempre.
"Os eventos, casamentos e outros eventos de celebração têm peso nas receitas e foi com muita satisfação quando vimos que 2018 consolidou esta tendência nos lugares que habitualmente são escolhidos para essa finalidade, que normalmente são Palmela e Arraiolos", afirmou Castanheira Lopes.
Questionado sobre nacionalidades de quem procura este tipo de serviços, Castanheira Lopes disse que "este é um mercado, sobretudo, de portugueses", mas "não apenas": "Temos estrangeiros a virem casar às pousadas: espanhóis em Estremoz, britânicos em Arroios, japoneses em Amares", exemplificou.
Recorde-se que o Grupo Pestana Pousadas de Portugal tem 49% da Enatur, proprietária da marca e de um conjunto de pousadas que integram a rede, sendo 51% do Estado, através do Turismo de Portugal.
O Grupo Pestana Pousadas de Portugal é detido a 100% pelo Grupo Pestana.
A gestão das 34 pousadas foi concedida ao Grupo Pestana pelo governo em 2003.
C/ LUSA