“Os resultados beneficiaram de uma receita líquida de juros mais forte devido à subida das taxas de juro e de custos de aprovisionamento mais baixos, refletindo a execução bem-sucedida de planos de reestruturação e melhorias na qualidade de crédito”, refere a análise consultada pela Lusa.
Em 2022, os lucros dos seis maiores bancos em Portugal (BCP, Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos, BPI, Santander Totta e Montepio) foram de 2.616 milhões de euros, mais que os 1.518 milhões de euros no ano anterior.
Já ao longo do ano, os créditos não produtivos continuaram a recuar a um ritmo mais lento.
“Os resultados para 2022 foram apoiados pelo crescimento das receitas, tanto do mercado nacional, como internacional. Numa base agregada, a NII aumentou 27% em 2022 devido a um maior volume de empréstimos e reavaliação de ativos, bem como a uma maior contribuição da carteira de títulos e a custos de financiamento mais baixos”, acrescentou a consultora.
Ao mesmo tempo, as comissões e taxas aumentaram 7%, para 2.558 milhões de euros, empurradas pelo aumento do volume da atividade e a desempenhos mais sólidos pelos sistemas de pagamentos.
As despesas agregadas dos seis bancos avançaram 11%, para 3.924 milhões de euros, que a DBRS atribui a “transações esporádicas” – sendo a maioria na CGD. A nível dos custos recorrentes, estes mantiveram-se “estáveis, apesar dos investimentos e maior pressão inflacionária”.
A DBRS refere que, em comparação com a média europeia, o rácio de ‘cost-to-income’ continua a apresentar-se “favoravelmente”.
Para 2023, a DBRS prevê que os bancos portugueses beneficiem da grande exposição aos empréstimos com taxas de juro variáveis, uma vez que a renegociação “não se materializou para uma parte significativa do livro de empréstimos”.
Em simultâneo, a DBRS “espera um aumento dos custos dos depósitos” e, apesar de dizer que a economia portuguesa está sólida, sublinha os riscos que se perspetivam em resultado dos aumentos das taxas de juro e da alta pressão inflacionária.
“Estes fatores vão, provavelmente, impactar a acessibilidade de dívida e poderão contribuir para maiores custos para o crédito a médio prazo”, assinala a análise.