“Se o Governo ou as empresas tivessem de reagir imediatamente ao valor da inflação estávamos constantemente a alterar salários e a inflação dos salários levaria inevitavelmente a inflação sobre inflação”, disse António saraiva, salientando que tem de haver “uma moderação”.
“Não podemos ser cegos e pensar que o problema da inflação se resolve com aumento de salários”, acrescentou.
O presidente da CIP falava à entrada para a reunião da Concertação Social convocada pelo Governo para discutir com os parceiros sociais o Orçamento do Estado para 2022 cujas linhas gerais foram apresentadas esta manhã aos grupos parlamentares e deputados únicos, e que conta com a presença do ministro das Finanças, Fernando Medina.
Questionado sobre o impacto da subida da inflação no poder de compra, António Saraiva precisou que a falta de poder de compra das pessoas é semelhante ao problema das empresas perante o “exponencial aumento das matérias-primas, na escassez da mesma, nos elevados custos energéticos”.
“É na nossa produtividade e no nosso crescimento económico que assenta a sustentabilidade dos salários”, precisou, afirmando: “Se vamos atrás da inflação para subir os salários, não a conseguimos controlar, apenas a potenciamos”.