O “Polarnet”, com pavilhão turco, zarpou do porto ucraniano Chornomorsk em 05 de agosto, carregado com 12.000 toneladas de milho, e atracou hoje no porto de Derince, no Golfo de Izmit, no noroeste da Turquia.
A chegada do navio ao destino foi assinalada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, que considerou tratar-se de uma “mensagem de esperança” para “todas as famílias do Médio Oriente, África e Ásia”.
“A Ucrânia não vos abandonará”, escreveu Kuleba na rede social Twitter.
“Se a Rússia se mantiver fiel às suas obrigações, o ‘corredor de cereais’ continuará a manter a segurança alimentar global”, acrescentou o chefe da diplomacia da Ucrânia.
Desde a assinatura do acordo, em 22 de julho, em Istambul, 10 navios deixaram a Ucrânia com mais de 305.000 toneladas de cereais, segundo dados citados pela agência de notícias turca Anadolu.
Quatro dos navios, com 170.458 toneladas de milho, dirigem-se para portos turcos, tendo o “Polarnet” sido o primeiro a chegar ao destino.
Os restantes têm como destino portos de Itália, China, Irlanda, Inglaterra e Líbano, de acordo com a Anadolu.
O cargueiro “Razoni”, com bandeira da Serra Leoa, foi o primeiro a sair da Ucrânia, em 01 de agosto, mas ainda não chegou ao destino, no Líbano.
No domingo à noite, foi ancorado ao largo da costa sul da Turquia, segundo o ‘site’ de navegação “Marine Traffic”, citado pela agencia norte-americana AP.
O Ministério da Defesa turco anunciou que dois navios com milho e soja zarparam hoje de portos ucranianos do Mar Negro.
O “Sacura” deixou Yuzhny com 11.000 toneladas de soja para Itália e o “Arizona” deixou Chornomorsk com 48.458 toneladas de milho para Iskenderun, no sul da Turquia.
Quatro navios que deixaram a Ucrânia no domingo deverão ancorar perto de Istambul hoje à noite, para serem inspecionados na terça-feira, disse o Ministério da Defesa turco.
Ao abrigo do acordo, os navios que deixam a Ucrânia são controlados por representantes da Turquia, Ucrânia, Rússia e ONU para se certificarem de que transportam apenas cereais, fertilizantes ou alimentos, e não quaisquer outras mercadorias.
Os navios que se dirigem para a Ucrânia são controlados para assegurar que não transportam armas.
O acordo foi alcançado face à ameaça de uma crise alimentar global provocada pelo bloqueio de cereais ucranianos nos portos controlados pelas forças russas, na sequência da guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.
A guerra afetou também o fornecimento global de fertilizantes agrícolas, de que a Rússia é um dos principais produtores.
Em conjunto, segundo a revista britânica The Economist, a Ucrânia e a Rússia fornecem 28 por cento do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol.