O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, elogiou hoje o grupo Pestana, durante uma visita à recém-inaugurada Pousada de Lisboa, no Terreiro do Paço, e dramatizou uma eventual inversão da política económica e financeira.
Depois de ouvir uma exposição sobre a evolução e posição atual do grupo Pestana no setor da hotelaria e turismo, o chefe do executivo PSD/CDS-PP fez uma intervenção de cerca de meia hora, em que agradeceu a oportunidade de visitar aquela nova pousada.
"A minha presença aqui é com o propósito de trazer este reconhecimento público ao grupo Pestana e agradecer a toda a sua equipa", afirmou Passos Coelho. "O Governo reconhece o trabalho que têm realizado, a forma como têm acreditado em Portugal e como têm ajudado a qualificar toda a oferta turística", acrescentou.
Em seguida, a propósito do nível das taxas de juro que o grupo Pestana pagou nos primeiros anos de assistência externa, referindo que "chegaram a ter ‘spreads’ de cerca de 6%", o primeiro-ministro defendeu que é preciso prosseguir a atual política económica e financeira para evitar "regressar a um tempo como esse".
Passos Coelho advertiu para o perigo de Portugal voltar "a ter um período com este tipo de perturbação, com esta fragmentação financeira, em que os agentes económicos são fortemente penalizados no custo do financiamento".
O primeiro-ministro sustentou que, para afastar esse cenário, é necessária "uma determinação muito clara em prosseguir este caminho", que descreveu como "de desalavancagem financeira, de desendividamento público e privado".
Contudo, ressalvou que há fatores que Portugal não controla: "Não sabemos o que é que pode acontecer no mundo, ou na Europa nos próximos meses, nos próximos anos".
Passos Coelho considerou também que, no quadro da União Europeia, é preciso "andar mais depressa dentro do processo de criação de união bancária", reiterando a defesa de uma "garantia de depósitos comum" e de um "esquema comum de insolvência".