A prestação da casa paga pelos clientes bancários no crédito à habitação vai subir em outubro entre 89 e 202 euros nos contratos indexados à Euribor a três, seis e 12 meses, face às últimas revisões, segundo a Deco/Dinheiro&Direitos.
A simulação da entidade mostra que um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um ‘spread’ (margem de lucro do banco) de 1%, passa a pagar a partir de outubro 600,20 euros, um aumento de 146 euros face à última revisão, em abril.
Já no caso de um empréstimo nas mesmas condições (valor e prazo de amortização), mas indexado à Euribor a três meses, o cliente passa a pagar 555,25 euros, um aumento de 89,08 euros em relação a julho deste ano.
Por fim, nos empréstimos indexados à Euribor a 12 meses, a prestação da casa, para um empréstimo nas condições referidas, será de 651,41 euros, uma subida de 202,10 euros em relação a outubro do ano passado.
Estes valores foram calculados tendo em conta as médias da Euribor no mês de setembro, de 1,596% a seis meses, 1,011% a três meses e 2,233% a 12 meses, segundo a Deco.
Hoje, último dia de setembro, as taxas Euribor subiram a três e a seis meses e desceram a 12 meses face a quinta-feira.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje para 1,809%, mais 0,009 pontos, depois de ter subido na quarta-feira até 1,858%, um máximo desde janeiro de 2009.
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também avançou hoje, ao ser fixada em 1,173%, mais 0,013 pontos, depois de ter subido em 27 de setembro até 1,228%, um novo máximo desde janeiro de 2012.
Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a Euribor recuou hoje, pela terceira vez desde 09 de setembro, ao ser fixada em 2,556%, menos 0,022 pontos, contra 2,625% em 27 de setembro, um novo máximo desde fevereiro de 2009.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
Em 08 de setembro, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o segundo aumento consecutivo deste ano, já que em 21 de julho, tinha subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, com o objetivo de travar a inflação.
No final da última reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que o aumento histórico de 75 pontos base nas taxas de juros não é a "norma", mas salientou que a avaliação será reunião a reunião.
A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.