A solução [para a crise energética que se atravessa] passa, na minha opinião, por acelerar a transição energética. Impulsionar ainda mais essa transição”, alegou.
Os trabalhos do segundo dia da 152.ª sessão plenária do Comité das Regiões Europeu, que decorre em Bruxelas, colocaram a crise energética, que se atravessa na Europa, no centro do debate.
À margem da sessão, Vasco Cordeiro explicou à agência Lusa que a maior tentação, nesta matéria, é pensar que é mais seguro voltar aos tipos de energias que foram sendo progressivamente abandonadas para fazer face à emergência climática.
“Essa ideia não me parece nem válida: parece-me errónea e induz em erro. O que é necessário é avançar na transição [energética] e garantir uma solução que seja estável, duradoura e que permita a tal segurança em termos de abastecimento”, acrescentou.
De acordo com o presidente do Comité das Regiões Europeu, deverá ser levada a cabo uma intervenção estrutural, que “não se faz num clique”.
“Isso exigirá tempo e, a manter-se o quadro que temos neste momento [guerra na Ucrânia], implicará também, durante ainda algum tempo, as situações de constrangimentos que a Europa já está a viver”, alertou.
À Lusa, disse também que, nesta questão, têm sido muitos e diversos os desafios com que cidades e regiões da Europa vão sendo confrontadas, entre as quais a iluminação pública e o aquecimento de edifícios.
“Se quisermos colocar a questão na perspetiva da ação das regiões e das cidades, há também uma componente que está sempre presente e que tem a ver com o impacto ao nível dos cidadãos, das famílias e das empresas também. Fez disparar os custos em praticamente todos os setores económicos e na indústria de transformação acaba por ser bastante penalizador”, alegou.
No seu entender, este é “o preço” que se paga por uma guerra em que a Europa também está envolvida.
“Os ucranianos estão a pagar o preço mais elevado, com vida e sangue. Mas, essa é uma guerra que também envolve toda a Europa, porque é uma guerra que tem a ver com valores e com aspetos essenciais da nossa vivência coletiva”, concluiu.
O antigo presidente do Governo dos Açores Vasco Cordeiro assumiu, este ano, a presidência do Comité Europeu das Regiões, tornando-se no primeiro português a liderar este organismo.