O presidente do Governo da Madeira afirmou hoje que a Região pretende atingir os 50% da sua capacidade de produção de eletricidade até 2020, diminuindo a dependência dos combustíveis fósseis, e apostar nas energias renováveis.
Miguel Albuquerque falava no âmbito da visita que efetuou às obras do projeto de ampliação do aproveitamento hidroelétrico da Calheta, que representa um investimento na ordem dos 68 milhões de euros.
"Viemos aqui visitar o início das obras da chamada barragem do Pico da Urze e este é um investimento que corresponde a um objetivo essencial do Governo e da Região, que é diminuir a dependência dos combustíveis fósseis e aumentar a quota de produção da Madeira a partir das energias renováveis, neste caso a eólica e a hídrica", declarou o governante madeirense.
O chefe do executivo madeirense destacou que este é "um projeto de engenharia com alguma complexidade" e o "investimento mais avultado" da Região nesta área.
"Estamos a construir uma barragem que vai armazenar o equivalente a cerca de 408 piscinas olímpicas em capacidade de água e vai bombar água para a produção de energia na outra barragem da estação da Calheta", explicou.
Segundo Miguel Albuquerque, "isso significa que essa descarga vai fazer com a que a capacidade de produção a partir desta barragem aumente 10%", complementando que a quota de produção energética regional passa de 30 para 40%.
"O nosso objetivo é atingir os 50% através da introdução de um conjunto de aperfeiçoamentos nas baterias, o que vai permitir que a Região produza 50% da sua eletricidade a partir de energias renováveis", sublinhou.
O governante destacou a importância deste projeto porque permite a diminuição da dependência dos combustíveis fósseis, tem relevância em termos ambientais, visto reduzir o impacto da produção de CO2 na Região, algo que contribui para a Madeira cumprir os "objetivos traçados pela União Europeia e pelo país".
"Porque é muito raro termos uma ilha onde vamos atingir os 50% de quota de produção" de energia, salientou.
Miguel Albuquerque ainda apontou que este projeto revela "a capacidade de engenharia e técnica" da Região, ao encontrar "uma solução que vai funcionar em circuito fechado".
Também anunciou que, antes do fim do mandato, o Governo Regional pretende apresentar um projeto para "dotar o Funchal de mais uma capacidade de reforço com outra barragem a construir pela Águas e Resíduos da Madeira (ARM), em consonância com a Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM), para aumentar as fontes de energias renováveis e conseguir ultrapassar os 70% no futuro".
"Quanto menos importarmos combustíveis fósseis, mais dinheiro fica disponível para inserirmos na economia de forma direta ou indireta", vincou, concluindo que estas medidas acabam por ter repercussões no consumidor.
A obra hoje visitada é um projeto da responsabilidade da Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM) e consiste no aumento da capacidade de produção hidroelétrica e na transformação em sistema reversível, com captação, armazenamento e bombagem de água.
Os trabalhos vão decorrer nos próximos dois anos e pressupõem uma contribuição de 45 milhões de euros de fundos no âmbito do Quadro Comunitário 2014-2020.
LUSA