As regiões do Norte, da Área Metropolitana de Lisboa e do Centro concentravam em 2016 respetivamente 33%, 32% e 20% das sedes e 91% da faturação das 418 mil empresas não financeiras em Portugal, divulgou hoje o BdP.
Segundo a “Análise regional das sociedades não financeiras em Portugal 2012-2016” hoje divulgada pelo Banco de Portugal (BdP), as empresas sediadas na área metropolitana de Lisboa apresentavam a maior dimensão média (1,1 milhões de euros de volume de negócios e 7,8 pessoas ao serviço), sendo Lisboa também a região do país com a maior percentagem de volume de negócios gerado por grandes empresas (56%).
De acordo com o BdP, o comércio e os outros serviços eram as “atividades dominantes” em Portugal, assumindo maior relevância no total das empresas da área metropolitana de Lisboa (84%), da Madeira e dos Açores (81% e 79%, respetivamente) e do Algarve (79%).
Já o Centro, o Norte e o Alentejo eram em 2016 as regiões do país onde a parcela do volume de negócios com origem na indústria era maior (39%, 35% e 34%, respetivamente), enquanto no Alentejo se destacava ainda a agricultura e pescas, com 20% das empresas e 10% do volume de negócios da região.
O Norte foi a região do país com maior crescimento do número de empresas em 2016 (1,3%), ano em que este indicador recuou 1,4% na Madeira e “praticamente não se alterou” nas restantes regiões.
Analisando o período compreendido entre 2012 e 2016, o maior aumento do número de empresas em atividade foi registado nos Açores (13%).
Entre 2012 e 2016 foram as regiões Norte e Centro que mais contribuíram para o crescimento do volume de negócios das empresas portuguesas, mas o Algarve foi a região onde o volume de negócios mais cresceu (37%), “ainda que o seu contributo para a variação total tenha sido diminuto, dado o seu reduzido peso no volume de negócios do total das empresas”.
Já a área metropolitana de Lisboa e a Madeira contribuíram negativamente para a evolução do volume de negócios, contrariando o crescimento nas restantes regiões do país.
Em 2016, a rendibilidade dos capitais próprios das empresas era mais elevada no Norte (8,6%), na Área Metropolitana de Lisboa (8,2%) e no Centro (7,9%) do que no total do país (7,7%).
Desde 2012 até 2016, a rendibilidade cresceu em todo país, exceto na Madeira, onde este rácio caiu em 2016 para um valor negativo de 2,5% (rendibilidade de 2% em 2012), apesar de a maior parte das empresas com sede nesta região ter apresentado rendibilidades positivas em 2016.
No que se refere ao grau de autonomia das empresas, o BdP nota que, em 2016, 32% do ativo das empresas portuguesas era financiado por capitais próprios, sendo que as empresas com sede na Madeira registaram a autonomia financeira agregada mais elevada (42%) e o Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa foram as únicas regiões com autonomia financeira inferior à do total nacional (27% e 28%, respetivamente).
Segundo o banco central, “a maior parte do financiamento alheio das empresas estava associada a dívida remunerada”, situando-se o peso desta rubrica no passivo entre os 52% na Madeira e os 60%, em Lisboa, e os empréstimos bancários eram a principal fonte desta dívida em quase todas as regiões do país.
De acordo com o BdP, na Madeira, no Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa as percentagens de empresas com capitais próprios negativos e de empresas com elevada pressão financeira eram, em 2016, superiores ao do total do país, sendo também estas as regiões com a mais elevada percentagem de empresas com créditos bancários em situação de incumprimento.