A Madeira está em condições de lançar o concurso internacional para a construção do novo hospital da região, aguardando apenas o financiamento do Governo central, disse hoje o secretário da Saúde madeirense.
“Estamos de facto em condições de fazer o lançamento deste concurso, mas precisamos do tal financiamento”, declarou Pedro Ramos aos jornalistas, sublinhando que o financiamento que foi um “compromisso” assumido pelo primeiro-ministro aquando da última visita que efetuou à Madeira.
O governante falava após a primeira reunião do grupo regional que vai integrar um agrupamento nacional criado para “acompanhar a nova fase de construção do novo hospital da Madeira”.
O responsável madeirense considerou que esta reunião aconteceu “no momento próprio”, embora já estivesse agendada, tendo em conta “as recentes declarações do primeiro-ministro” sobre este projeto, em sede de discussão na generalidade do Orçamento de Estado.
O primeiro-ministro afirmou na Madeira que o Estado iria assumir 50% do custo da construção do novo hospital da região, um projeto estimado em 340 milhões de euros, mas não está inscrita qualquer verba para o efeito no Orçamento de Estado (OE) para 2018.
António Costa referiu na quinta-feira na Assembleia da República que foi criada uma comissão técnica para avaliar o interesse do novo hospital.
O secretário regional da Madeira desvalorizou as críticas sobre a inviabilidade do projeto, argumentando que, nesta fase, “o OE está a ser discutido na generalidade” e depois será analisado em sede de especialidade, altura em que “os deputados da Madeira na Assembleia da República têm um papel importante nesta área de intervenção”.
Pedro Ramos recordou que este projeto teve início em 2004 e foi retomado em 2016, vincando que “neste momento, o projeto funcional, técnico, está em curso”.
“O que podemos dizer é que até agora já gastamos com aspetos ligados a esta atividade cerca de um milhão de euros. No caso das expropriações, cerca de três milhões de euros já foram pagos pelo Governo Regional, correspondentes a oito parcelas”, apontou.
O responsável mencionou também que “existem essas verbas para as expropriações no Orçamento do Governo Regional” para os próximos anos, “até a verba final perfazer o valor de 25 milhões de euros que estão afetos”.
Ainda sobre o encontro de hoje, o responsável vincou que “permite dizer que o trabalho de casa do Governo Regional quanto à construção do novo hospital está a ser realizado”.
Agora a Madeira está “à espera apenas do sinal do Governo central não só para o agendamento da primeira reunião, mas também da contemplação no Orçamento de alguma verba que dê um sinal indicativo de que o Governo central começa de facto a participar ativamente nesta fase final de construção” do equipamento.
Pedro Ramos considerou que “neste momento há garantias de que o novo hospital vai ser construído, até porque há um trabalho de anos que tem sido desenvolvido pela Região Autónoma da Madeira”.
O governante rejeitou que esteja a ser analisada a viabilidade do projeto, realçando ser necessário “justificar que esta nova unidade é um projeto de interesse comum”, o que tem “implicações clínicas, sociais, turísticas, económicas”.
O projeto, sublinhou, é, além de uma necessidade do arquipélago, um “desígnio nacional”.
LUSA