O Grupo PortoBay obteve receitas de 82 milhões de euros em 2018, um crescimento de 3%, atingindo o "seu melhor ano", disse hoje o presidente da cadeia hoteleira.
Num encontro com jornalistas em Lisboa, o presidente do grupo hoteleiro, António Trindade, disse que este desempenho se traduziu ao nível de todos os indicadores financeiros, nomeadamente do resultado financeiro, sem, no entanto, avançar este valor.
"O desempenho das unidades de Lisboa e da Madeira foi muito importante para alcançar este resultado", afirmou o responsável, acrescentando que "tendo em consideração este ambiente que já se antevia desde meados do ano passado [de desaceleração turística]", o grupo considera os resultados "como muito bons".
"E na realidade não foi só a receita, foi também, por exemplo, em termos de GRI [‘Global Reputation Index’, índice de reputação] e de resultados finais, aqueles em que atingimos o melhor ano", exemplificou, António Trindade.
Já a impedir um melhor resultado no ano passado esteve a desvalorização do real.
Segundo a empresa, o Grupo PortoBay Hotels & Resorts fechou 2018 com 910 mil dormidas, mais 3,5% do que em 2017, tendo operado com 12 unidades hoteleiras em Portugal e no Brasil, com 1.520 quartos distribuídos por hotéis de quatro e cinco estrelas e empregando 1.000 trabalhadores.
Só em Portugal onde o grupo conta com nove unidades – seis na ilha da Madeira, uma no Algarve e duas em Lisboa – os rendimentos operacionais foram de 71,83 milhões de euros, o que representa um crescimento de 1,6% face ao ano anterior.
António Trindade sublinhou que os dois hotéis em Lisboa estão a beneficiar do bom momento turístico na capital do país, tendo conseguido fechar o ano passado com uma taxa de ocupação de 85,1% e um crescimento de 7% na receita operacional.
Quanto à Madeira, a receita das unidades hoteleiras naquela ilha, de onde o grupo tem origem, cresceu 1,8%, com uma taxa de ocupação dos hotéis de 91,1%.
O presidente do grupo sublinhou a importância da taxa de fidelização dos clientes na Madeira, "um indicador muito valorizado" pela empresa, que "atingiu mais um recorde" em 2018: alcançou-se "47,2% de hóspedes repetentes" nos seis hotéis naquela ilha.
No que diz respeito ao Algarve, após um ano recorde de 2017, a região "sofreu", refere. O hotel PortoBay Falésia registou uma ocupação anual de 82,5%, menos 3% do que o ano anterior. Os hóspedes repetentes alcançaram os 32%, subindo 4%.
No geral, a cadeia hoteleira refere que teria superado estes resultados, não fosse o impacto da desvalorização do real. Sem esta depreciação, as receitas do grupo teriam atingido os 83,2 milhões de euros. Facto é que no Brasil, onde o grupo tem três unidades hoteleiras – Rio de Janeiro, São Paulo e Búzios -, a receita operacional atingiu os 46,2 milhões de reais (cerca de 10,7 milhões de euros ao câmbio atual), mais 10,8% face a 2017.
Após um 2016 e 2017 "particularmente difíceis para a hotelaria no Brasil", refere o grupo, o PortoBay recuperou taxa de ocupação, fechando o ano passado com 73%.
Face à conjuntura que se vive, com o crescimento do número de turistas a desacelerar, e à alteração dos modelos de negócio da oferta do setor no geral, "a que é necessário uma rápida adaptação", António Trindade acredita que "os próximos dois a três anos vão ser anos de apelo à resiliência da oferta turística à escala mundial".
C/Lusa