"O nosso objetivo é chegar a uma resolução numa sessão especial da Assembleia Geral da ONU, em outubro, que lançará as bases para um mecanismo internacional de indemnização", disse o governante numa entrevista ao diário alemão Waz.
"Queremos uma compensação por todos os danos que a Rússia causou na Ucrânia através da sua guerra de agressão. Os danos diretos causados pela destruição de infraestruturas, edifícios residenciais ou indústria ascendem a mais de 300 mil milhões de euros", disse Maliuska.
O ministrou também mencionou "danos ambientais" bem como "danos pessoais infligidos às vítimas de guerra", que considerou incalculáveis.
"Assumimos que centenas de milhares de pessoas tenham morrido por causa da guerra. Os familiares têm direito a uma indemnização", disse Maliuska.
O ministro disse já ter pedido o acesso às reservas do banco central russo congeladas pelos países do G7.
Maliuska salientou ainda que os ativos de empresas estatais russas, como a Gazprom ou a Rosneft, "devem fluir para este fundo", bem como o dinheiro das contas dos oligarcas russos e dos seus ativos no estrangeiro, alvo de sanções internacionais.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
Na guerra, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.