“Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa é inferior em 0,1 pontos percentuais ao valor da estimativa rápida divulgada a 31 de agosto, embora a diferença tenha sido efetivamente de apenas 0,03 pontos percentuais”, refere ainda o INE.
A descida da variação homóloga do IPC em agosto foi a primeira desde junho de 2021, mas o índice mantém-se no nível mais alto desde finais de 1992.
O indicador de inflação subjacente (IPC excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) “manteve a tendência de subida dos meses anteriores” e registou uma variação homóloga de 6,5%, taxa superior em 0,3 pontos percentuais à registada em julho. Segundo o INE, “este é o valor mais elevado registado desde março de 1994”.
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos situou-se em 24,0% (7,2 pontos percentuais inferior ao valor do mês anterior), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação homóloga de 15,4% (13,2% em julho), a “mais elevada desde outubro de 1990”.
Por classes de despesa e face ao mês precedente, o INE destaca os aumentos das taxas de variação homóloga dos ‘restaurantes e hotéis’ e dos ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, com variações de 16,3% e 15,3%, respetivamente (14,8% e 13,9% no mês anterior).
Em sentido oposto, os ‘transportes’ e a ‘habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis’ apresentaram um abrandamento da taxa de variação homóloga para, respetivamente, 10,4% e 14,9% (12,8% e 16,6% no mês anterior).
Em agosto, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC destacam-se as dos ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, dos ‘transportes’ e da ‘habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis’, enquanto nas classes com contribuições negativas sobressai a da ‘saúde’.
Comparando com o mês precedente, é de salientar o aumento das contribuições para a variação homóloga do IPC dos ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’ e dos ‘restaurantes e hotéis’. Em sentido contrário, destaca-se a redução da contribuição da classe dos ‘transportes’ e da ‘habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis’.
Segundo o INE, em agosto a variação mensal do IPC foi -0,3% (nula no mês precedente e -0,2% em agosto de 2021), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi 5,3% (4,7% em julho).
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), apresentou uma variação homóloga de 9,3% em agosto, inferior em 0,1 pontos percentuais à do mês anterior e superior em 0,2 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do euro (em julho, esta diferença tinha sido de 0,5 pontos percentuais).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 7,3% em agosto (6,9% em julho), superior à taxa correspondente para a área do euro (estimada em 5,5%), "mantendo o perfil ascendente verificado nos últimos meses", aponta o INE.
Em agosto, o IHPC registou uma variação mensal de -0,2% (nula no mês anterior e -0,1% em agosto de 2021) e uma variação média dos últimos 12 meses de 5,4% (4,8% no mês precedente).
Lusa