“No período de janeiro a outubro de 2022, o Metal Portugal vendeu para o exterior cerca de 19.023 milhões de euros, evidenciando um crescimento homólogo de 16%. Se 2021 era até agora o melhor ano de sempre, parece não haver muitas dúvidas de que o ano de 2022 vai bater esse marco”, avança a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) em comunicado.
“Com efeito – acrescenta – a dois meses do final do ano, faltam apenas 862 milhões de euros para que seja igualado o valor exportado em 2021”.
Considerando os 10 primeiros meses do ano, a AIMMAP destaca os subsetores da metalurgia de base, produtos metálicos e máquinas e equipamentos como, “conjuntamente, os que mais contribuíram para esta ‘performance’, seguidos pelo material de transporte e armas”.
Já os mercados que tiveram um maior crescimento absoluto foram a Alemanha, Espanha, França, EUA, Angola, Irlanda e Itália, que a associação descreve como “um grupo de países que, na sua grande maioria, se caracteriza por uma enorme sofisticação e exigência” e cujo bom desempenho traduz “a aposta sustentada do Metal Portugal na qualidade, inovação e valor acrescentado”.
Analisando os três principais mercados do Metal Portugal – Espanha, França e Alemanha – destaca-se este último, com uma taxa de crescimento superior a 27%, enquanto Espanha e França registaram, respetivamente, aumentos de 11,3% e 14,3%.
De acordo com a AIMMAP, “os EUA continuam a registar um crescimento impressionante, com um registo de 70,9%, refletindo as grandes expectativas que as empresas têm sobre aquele mercado e deixando claramente sublinhado que as empresas do Metal Portugal que exportam com sucesso para países como a Alemanha e França também o podem fazer para os EUA”.
Quanto às vendas para o Reino Unido (excluindo a Irlanda do Norte), recuperaram e aceleraram a trajetória de crescimento, passando de 1% para 3,4%, enquanto a Suécia e os Países Baixos – que a associação aponta como “mercados de grande importância e que assumem destaque, nomeadamente, no plano de internacionalização desenhado pela AIMMAP” – continuaram “a crescer de forma consistente”: 31,6% e 26,1%.
Num ano que arrancou “com o difícil desafio da retoma pós pandemia”, a que se seguiu a guerra na Ucrânia, a AIMMAP considera “verdadeiramente notável que as exportações do setor metalúrgico e metalomecânico acumulem em 2022 os seis melhores meses de sempre, com cinco marcas acima dos 2.000 milhões de euros”.
Citado no comunicado, o vice-presidente executivo da AIMMAP considera que, “tratando-se de um contexto de crise global, as características que melhor diferenciam o setor metalúrgico e metalomecânico nacional podem traduzir-se numa oportunidade para o Meta Portugal entrar em determinados novos mercados”.
Ainda assim, a associação adverte que “as perspetivas para o primeiro trimestre de 2023 devem ser muito cautelosas”.
“Prevemos que, no futuro próximo, as vendas para o exterior possam ser substancialmente inferiores em muitos subsetores que possam estar já a sentir quebras de encomendas, fruto da retração dos consumidores. Acresce que os aumentos brutais dos custos de produção, designadamente energéticos, fazem com que as empresas de consumo energético mais intensivo estejam a passar grandes dificuldades e esta realidade poderá agravar-se”, afirma Rafael Campos Pereira.
Neste contexto, o dirigente associativo considera ser “imperativo que se adotem meditas que permitam mitigar tais obstáculos”.