“Esta é a primeira vez que as vendas internacionais deste setor ultrapassam, nos primeiros seis meses do ano, a barreira dos mil milhões de euros”, com 1.034 milhões de euros, revelou a Portugal Fresh em nota de imprensa.
“As frutas, legumes e flores produzidas em Portugal são cada vez mais valorizadas nos mercados internacionais e esta evolução positiva nas exportações é o resultado de um trabalho feito pelo setor, cada vez mais moderno e tecnológico, virado para o mercado e a investir muito no conhecimento e inovação”, justificou o presidente da associação, Gonçalo Andrade, citado na mesma nota.
O dirigente esclareceu que tem existido uma “abordagem cada vez mais profissional na valorização dos produtos”, apostando na promoção internacional, em marca e na maximização do valor acrescentado dos produtos, apesar do contexto de incerteza dos mercados e dos desafios à produção resultantes das alterações climáticas, com reduções significativas da quantidade.
Segundo a associação, os resultados “contrariam a tendência de queda do valor das exportações que Portugal registou no primeiro semestre e “confirmam a importância estratégica do setor”.
Neste sentido, o dirigente alertou para a “necessidade de valorizar o setor agroalimentar, através da adoção, por parte do Governo, de políticas de gestão efetivas de recursos fundamentais como a água e desenhadas para as reais necessidades dos produtores e das empresas, e que não permaneçam sempre exíguas” quando comparadas com as adotadas pelos governos de outros países europeus.
Mais de 80% das vendas do setor foram efetuadas para Espanha (33%), França (14%), Países Baixos (13%), Alemanha (8%), Reino Unido (7%), Bélgica (4%) e Japão (3%).
O maior crescimento, em valor, das exportações é registado nos hortícolas (mais 24% em comparação com o primeiro semestre de 2022) e pelas preparações de produtos hortícolas e de frutas (subida de 18%).
Já as frutas registaram um decréscimo nas exportações de 3% face ao primeiro semestre de 2022.
A mesma tendência foi seguida pelas plantas ornamentais e flores (descida de 3%).
Analisando as vendas internacionais por quantidade, verifica-se uma descida de 12,9%, explicada pela redução significativa de algumas produções, resultante das alterações climáticas. A quebra mais acentuada em termos de volume dá-se nas plantas ornamentais e flores (24%) e depois das frutas e hortícolas (18%).
Em 2022, as exportações portuguesas de frutas, legumes e flores ultrapassaram, pela primeira vez, a barreira dos 2.000 milhões de euros.
Os principais produtos exportados foram o tomate processado (330 milhões de euros), os pequenos frutos (260 milhões de euros), os citrinos (172 milhões de euros), as peras (111 milhões de euros) e o tomate fresco (79 milhões de euros).