Os empréstimos concedidos pelos bancos a particulares para habitação continuaram a cair em dezembro (2,9%) em termos homólogos, assim como os concedidos a sociedades não financeiras (2,7%), segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
No final de 2015, as taxas de variação anual (tva) destes empréstimos tinham sido de -3,2% (no caso dos particulares com destino habitação) e de -2,2% (no caso das sociedades não financeiras).
Já para o conjunto da área do euro, os empréstimos a sociedades não financeiras e a particulares para habitação aumentaram em 2016.
Os depósitos de particulares nos bancos residentes em Portugal aumentaram em 2016 1%, ainda que a um ritmo inferior ao observado em 2015 (3,6%), totalizando os 139,3 mil milhões de euros no final do ano.
"A desaceleração verificada em 2016 ocorreu a partir de março, sendo em parte explicada pela preferência das famílias por outros produtos financeiros, nomeadamente títulos de dívida pública", refere o BdP.
O supervisor bancário divulgou também hoje que, em 2016, as taxas de juro de novas operações de empréstimos continuaram a apresentar uma tendência decrescente, tendo atingido novos mínimos históricos em vários segmentos.
A taxa de juro dos novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras fixou-se, em dezembro de 2016, em 2,76%, apresentando uma redução de 22 pontos base relativamente ao período homólogo e atingindo um novo mínimo histórico.
Segundo os dados divulgados, em 2016, o volume médio mensal de novos empréstimos a sociedades não financeiras totalizou 2,486 mil milhões de euros.
A taxa de juro dos novos empréstimos concedidos a particulares situou-se em 3,86% no final de 2016, menos 51 pontos base do que em dezembro de 2015, tendo sido observada a redução da taxa de juro nos segmentos habitação e consumo, sinaliza o BdP.
Nas novas operações de crédito a particulares para habitação, a taxa de juro média foi de 1,83%, com mínimos históricos renovados todos os meses, com exceções em fevereiro e dezembro.
No crédito para consumo e outros fins, as taxas de juro médias foram de 7,12% (igualmente um novo mínimo histórico segundo o BdP) e de 4,53%, respetivamente.
No conjunto de 2016, mantendo a tendência dos últimos dois anos, o montante médio mensal de novos empréstimos concedidos a particulares aumentou, ascendendo a 955 milhões de euros.
"O principal contributo para esta evolução foi dado pelo crédito à habitação, cujo montante médio mensal aumentou 148 milhões de euros em relação a 2015, tendo atingido no final de 2016 o valor mais elevado desde dezembro de 2010", destaca o Banco de Portugal.
LUSA