No dia em que foram anunciados lucros de 578 milhões de euros anuais, num crescimento de 42%, na empresa, o diretor da easyJet para Portugal, José Lopes, recordou não serem divulgados dados financeiros por região, mas notou “ter-se ficado acima dos objetivos traçados”.
Em declarações à agência Lusa, o responsável recordou que há um ano foi estimado um crescimento de 5% em Portugal. “E fechámos com 6,6 milhões de passageiros, o que representa um aumento de cerca de 6% sobre o ano anterior. Também conseguimos aumentar a taxa de ocupação, que fechou com 96,9% de ‘load factor’, o que representou um aumento de 1,3 pontos percentuais”, precisou.
Globalmente, o número de passageiros cresceu 10% para chegar a um recorde de 88,5 milhões de passageiros, assim como foi alcançado um novo máximo em taxas de ocupação.
Face às restrições de capacidade do aeroporto de Lisboa, o responsável indicou o “esforço extra em aumentar a taxa de ocupação, porque a possibilidade de crescer é mais limitada neste momento”.
Sem alterações na estrutura Humberto Delgado, como o encerramento da pista transversal, e sem a aprovação final do projeto de um novo aeroporto no Montijo, cujo início de funcionamento continua agendado para 2022, José Lopes repetiu que os crescimentos acontecem através de aviões com mais assentos e de uma “política muito certeira de investimento e de análise de oportunidades”.
Neste balanço do ano fiscal, houve ainda uma “consolidação do ‘portfólio’ de rotas” da transportadora em Portugal, com um aumento de 57 para 63 (+11%). Recentemente abriram outras três rotas, recordou.
Para o próximo ano, o objetivo para Portugal é um crescimento de 9% e “ultrapassar pela primeira vez a fasquia dos sete milhões de passageiros transportados”.
Para Lisboa, a easyJet quer aumentar em 6%, no Porto 10%, em Faro 15% e no Funchal 3%.
Em Portugal, a transportadora tem mais de 310 trabalhadores com contratos locais, um número que se vai manter, mas que poderá aumentar em 2020 quando “poderão abrir novas oportunidades” no Porto com o “finalizar da extensão do ‘taxiway’”, para garantir mais capacidade de pista.
“Mas também esperamos não estar daqui a um ano a voltar a falar sobre a falta de encerramento da pista transversal e da extensão do ‘taxiway’” em Lisboa, e deixar de haver um aumento de dois a quatro movimentos por hora, disse à Lusa.
Questionado sobre consequências da cada vez mais próxima saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’), José Lopes notou que a empresa começou a preparar-se para o cenário “há dois anos”, logo depois do referendo que determinou a votação pelo abandono da comunidade.
A empresa tem três certificados de operação na Áustria, na Suíça e no Reino Unido, transformando-a em companhia pan-europeia, e 47% do seu capital social está já em território comunitário.
LUSA