António Costa falava em conferência de imprensa, em Varsóvia, depois de ter estado reunido com o seu homólogo polaco Mateusz Morawiecki, e antes de se deslocar ao estádio nacional da capital da Polónia, onde está instalado um centro de acolhimento e encaminhamento de refugiados.
“Estamos totalmente disponíveis para colaborar com as autoridades polacas no sentido de partilhar o esforço de acolhimento dos refugiados ucranianos. Muitos dos ucranianos querem regressar à Ucrânia ou ficarem o mais próximos possível do seu país”, observou o líder do executivo português.
António Costa especificou em seguida que, no âmbito da ajuda humanitária aos refugiados da Ucrânia, Portugal vai fornecer à Polónia apoio material, “seja em casas pré fabricadas, casas modelares, bens alimentares, produtos farmacêuticos, roupa e calçado”.
“Esse apoio material irá até ao montante máximo de 50 milhões de euros. Esses são os fundos que temos disponíveis para mobilizar para esse esforço humanitário através da Polónia”, acrescentou.
Perante o seu homólogo polaco, disse que Portugal se sente tão próximo da Ucrânia como da Polónia: "A Polónia pode contar com todo o nosso apoio nesse seu esforço para o apoio humanitário aos refugiados ucranianos”, completou.
Já sobre a atual crise alimentar, em parte motivada pela impossibilidade de a Ucrânia exportar cereais, António Costa disse que esse é um dos principais desafios que se coloca.
"Temos de encontrar a forma de apoiar a Ucrânia ao nível das suas exportações de bens alimentares. A atual situação afeta a Europa, mas, sobretudo, os países africanos", salientou, antes de assumir que a utilização de portos alternativos escoamento das produções ucranianas "não é fácil do ponto de vista lógístico".
Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro polaco foi confrontado com queixas de alguns dos principais investidores nacionais no mercado da Polónia, segundo os quais as regras e os procedimentos das autoridades mudam com elevada frequência.
O primeiro-ministro polaco limitou-se a dizer que apoia a presença de empresas nacionais na Polónia e que, caso se registem “eventuais problemas”, “tudo se resolverá no trabalho no plano bilateral”.