O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, World Travel & Tourism Council) precisou que em 2019 a contribuição do setor do turismo para a economia global foi de 7,8 mil milhões de euros (9,2 mil milhões de dólares).
Depois deste declínio, que contrasta com o da economia global, que se contraiu em 3,7%, o turismo passou a representar 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global, contra 10,4% em 2019, segundo o relatório anual de impacto económico do WTTC.
O emprego no turismo teve um declínio menor, de 18,5%, ao perder 62 milhões de empregos, passando de 334 milhões (10,6% do total global ou um em 10) em 2019 para 272 milhões em 2020.
A presidente e CEO do WTTC, Gloria Guevara, salientou que, sem a ação rápida dos governos de todo o mundo através da implementação de medidas para salvar empregos em risco, "os números de hoje seriam muito piores".
No entanto, a ameaça "persiste" uma vez que muitos destes empregos são atualmente apoiados por esquemas estatais de manutenção de empregos e de trabalho a tempo reduzido e, sem uma recuperação total no setor, poderiam perder-se, advertiu o WTTC.
O relatório revela também uma perda "chocante" nas despesas de viagens internacionais, que diminuíram 69,4% no ano passado face a 2019, enquanto que a queda nas viagens turísticas domésticas foi menor, de 45%.
Após 2020 e o inverno de 2021 "ruinoso" para o turismo, a análise do WTTC mostra que, se a mobilidade e as viagens internacionais forem retomadas em junho, "impulsionará significativamente" o PIB e o emprego a nível mundial e nacional.
A contribuição do setor do turismo para o PIB global poderá aumentar este ano até 48,5% e atingir quase os mesmos níveis registados antes da pandemia em 2022, com uma nova recuperação anual de 25,3% no próximo ano.
O WTTC prevê também que, se a vacinação continuar rapidamente e as restrições de viagem forem abrandadas pouco antes da época de Verão, os 62 milhões de empregos perdidos em 2020 poderão ser recuperados até 2022.
Assim, o WTTC apela a um regime internacional coordenado de testes de saída para todos os viajantes não vacinados a fim de eliminar as quarentenas, avaliações de risco de viajantes individuais em vez de países e apoio contínuo ao setor, incluindo impostos, liquidez e proteção do emprego.
A entidade insta igualmente os governos de todo o mundo a fornecerem um "roteiro claro e decisivo, dando às empresas tempo para acelerarem as suas operações a fim de recuperarem da devastação da pandemia".