Em declarações à agência Lusa após o encontro, o presidente da ALBOA, Jacinto Silva, disse que se tratou de uma reunião de trabalho com o conselho de administração do regulador dos mercados.
Segundo o responsável, a CMVM admitiu tratar-se de "um processo complexo, moroso, mas que de forma nenhuma está esquecido".
"Estão a trabalhar com todos os meios disponíveis que têm. Compreendem a nossa posição e a ansiedade das pessoas, mas de facto este é um processo extremamente complexo", admitiu Jacinto Silva.
Para o presidente da ALBOA, o processo tem que ser feito "passo a passo e caminhando no sentido que haja uma solução".
"É uma maratona e, como tal, prazos e tudo isso não conseguimos dizer. Há muita gente envolvida, esperamos chegar a bom porto, mas temos consciência que vai ser demorado", disse.
A reunião surgiu depois de, no sábado, a CMVM ter dito que estava a realizar inspeções presenciais à forma como foram vendidos os produtos financeiros pelo Banif aos lesados da instituição, avançando que não se limita a verificar se os documentos obrigatórios foram assinados por estes.
A análise que a CMVM está a fazer "não se cinge apenas a verificar se a documentação foi assinada ou não, abrange também o desenvolvimento de ações de supervisão presencial com vista ao apuramento do cumprimento pelo responsável pela comercialização dos deveres legais a que está sujeito", afirmou , na altura, fonte oficial do regulador dos mercados financeiros à Lusa.
A investigação da CMVM relaciona-se com as mais de mil reclamações que obrigacionistas do Banif lhe fizeram chegar a dar conta do modo como lhes foram vendidos esses títulos.
O objetivo desses clientes é que se prove que houve vendas fraudulentas (‘misseling’) no Banif (mesmo quando era já maioritariamente detido pelo Estado) e que lhes seja dada uma solução que os compense pelas perdas monetárias sofridas.
Contudo, este processo tem-se arrastado, até pelas dificuldades da CMVM em aceder a toda a informação necessária, pelo que a associação que representa os lesados do Banif tem estado a trabalhar para acelerar este processo, que deverá passar pela criação de uma comissão arbitral mediada pela Ordem dos Advogados.
LUSA