O líder parlamentar do CDS-PP na Assembleia Legislativa, Rui Barreto, disse hoje que o partido sempre defenderá o Centro Internacional da Madeira (CINM) como "vital" para a economia regional e criticou a "iliteracia" de alguns políticos em Portugal.
"O CDS continuará a definir o Centro Internacional de Negócios da Madeira como vital para a diversificação da economia da região, defendendo-o neste parlamento e em todos os fóruns onde estiver representado", referiu no período antes da ordem do dia, numa alusão ao escândalo internacional de fuga ao fisco que eclodiu no Panamá que ficou conhecido como "Papéis do Panamá".
O líder parlamentar do CDS-PP, Rui Barreto, criticou a "iliteracia económica" de "alguns agentes políticos com responsabilidade" que "continuam, veladamente ou de forma aberta, a procurar confundir o Centro Internacional de Negócios da Madeira com os ‘offshores’ que hoje estão na ribalta mediática internacional".
Rui Barreto apelou, por isso, para que não sejam os madeirenses a "dar tiros nos seus próprios pés".
"É imperioso tratar destas questões com responsabilidade, percebendo que o Centro Internacional de Negócios da Madeira gera mais de 2.000 postos de trabalho diretos, contribui diretamente para a economia da Região através dos impostos nele cobrados e dá alento a muitas atividades económicas", declarou, salientando que o Centro "não é ‘offshore’ mas ‘inshore’".
José Manuel Coelho, deputado do PTP, criticou, por seu lado, a existência do Centro que, no seu entender, serve para "fazer lavagem de dinheiro".
A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas "offshore" em mais de 200 países e territórios.
A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em "offshores" e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
O semanário Expresso e o canal de televisão TVI estão a participar nesta investigação em Portugal.