"O procedimento que agora se iniciará abrange 10 áreas/direções e um total de 62 trabalhadores. Os trabalhadores abrangidos por este procedimento foram envolvidos na fase prévia de negociação e serão individualmente informados através de comunicação específica da direção de recursos humanos", lê-se na mensagem de Miguel Maya a que a Lusa teve acesso.
O gestor disse que o banco queria que a saída de todos os trabalhadores se desse por negociação, mas que "não foi possível, como se pretendia, concluir este processo exclusivamente pela via negocial", pelo que "iniciará formalmente um Procedimento de Despedimento Coletivo".
Segundo Maya, o banco chegou a acordo com cerca de 80% dos trabalhadores que queria que saíssem (cerca de 800) e que excluiu do despedimento coletivo empregados específicos após a avaliação de vários motivos, sociais e profissionais.
Quanto aos trabalhadores alvo de despedimento coletivo, serão informados das condições desse processo de 13 a 27 de setembro, referindo Miguel Maya que, "nesta fase, serão melhores que as condições legalmente previstas, embora diferentes das condições contempladas durante o período antecedente de negociação individual de desvinculações por mútuo acordo".
Após esta redução do quadro de empregados, o gestor considera que banco está mais bem preparado para "continuar a trilhar o caminho do sucesso sustentável".
Os sindicatos dos bancários convocaram hoje à tarde greve para o BCP em protesto contra o despedimento coletivo que o banco fará, mas a data da paralisação só será conhecida na próxima semana, anunciaram em comunicado.
Mais Sindicato, SBN – Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (afetos à UGT), Sintaf (ligado à CGTP), Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e Sindicato Independente da Banca (independentes) disseram que, em reunião hoje, a administração do BCP lhes transmitiu que iria abranger 80 trabalhadores pelo despedimento coletivo e que, perante essa intransigência, decidiram convocar greve conjunta.
Segundo disse à Lusa fonte sindical, a greve será ainda este mês, mas a data não é já marcada, pois para dia 16 está agendada a reunião dos sindicatos com a administração do Santander Totta, o outro banco que também já manifestou a intenção de fazer despedimento coletivo.
O BCP teve lucros de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre, menos 84% do que no mesmo período de 2020.