No comunicado divulgado após a reunião de política monetária, o BCE refere que "a inflação continua a descer, mas ainda se espera que permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo".
A taxa de facilidade de depósito subiu, assim, para 3,75%, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento para 4,25%, e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez aumentou para 4,5%.
O aumento em 25 pontos base coloca a taxa de facilidade de depósito no máximo histórico registado entre outubro de 2020 e maio de 2021, quando desceu para 3,50%, enquanto a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez e a taxa das principais operações de refinanciamento nos patamares mais elevado desde outubro de 2008.
“A evolução desde a última reunião apoia a expectativa de que a inflação descerá mais no resto do ano, mas permanecerá acima do objetivo por um período prolongado. Apesar de algumas medidas revelarem sinais de abrandamento, a inflação subjacente continua a ser, em geral, elevada”, explica o BCE.
O Conselho de Governadores considera que “os anteriores aumentos das taxas de juro estão a ser transmitidos de forma vigorosa”, uma vez que “as condições de financiamento tornaram se novamente mais restritivas e estão a refrear cada vez mais a procura, o que constitui um importante fator para fazer a inflação regressar ao objetivo”.
Um ano depois de iniciar o ciclo do aumento de juros mais rápido da história, os mercados já davam como certo a subida na reunião de hoje, aguardando agora o que o banco central irá decidir em setembro.
O BCE garante que irá continuar “a seguir uma abordagem dependente dos dados na determinação do nível e da duração adequados da restritividade”.
Decidiu ainda fixar a remuneração das reservas mínimas obrigatórias em 0%.
Dá nota de que a carteira do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) está a diminuir a um ritmo “comedido e previsível” e que tenciona reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no contexto do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP), até, pelo menos, ao final de 2024.
O Conselho destaca a disponibilidade para ajustar todos os instrumentos que dispõe para assegurar que a inflação regressa ao seu objetivo de 2% no médio prazo e recorda que o Instrumento de Proteção da Transmissão está disponível para contrariar dinâmicas de mercado “desordenadas, injustificadas e passíveis de representar uma ameaça grave para a transmissão da política monetária”.