A taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 0,50% para 1,25%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez de 0,75% para 1,50% e a taxa aplicada à facilidade permanente de depósito de 0% para 0,75%. Esta subida tem efeitos a partir de 14 de setembro.
“O Conselho do BCE tomou a decisão de hoje – e espera continuar a aumentar as taxas de juro – porque a inflação permanece demasiado elevada, sendo provável que se mantenha acima do objetivo durante um período prolongado”, refere banco central em comunicado divulgado após a reunião do Conselho de Governadores.
Esta é a maior subida dos juros do banco central e o maior movimento desta dimensão, desde que em dezembro de 2008 o banco central decidiu em sentido inverso descer as taxas de juro em 75 pontos base.
A instituição presidida por Christine Lagarde justifica que “este passo importante antecipa a transição do nível extremamente acomodatício prevalente das taxas de juro diretoras para níveis que assegurarão um regresso atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo estabelecido pelo BCE”.
Desta forma, o banco central indica que nas próximas reuniões espera voltar a aumentar as taxas de juro.
No entanto, salienta que irá reavaliar regularmente a sua trajetória de política monetária, conforme a evolução dos dados económicos, destacando que irá continuar a seguir uma abordagem reunião a reunião.
O banco central dá nota ainda que “as vulnerabilidades duradouras causadas pela pandemia ainda representam um risco para a transmissão regular da política monetária”, pelo que irá continuar a aplicar flexibilidade no reinvestimento dos reembolsos previstos no âmbito da carteira do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica.
O BCE pretende continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no âmbito do programa de compra de ativos “durante um período prolongado após a data em que começou a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE e, em qualquer caso, enquanto for necessário”.
Explica ainda que na sequência do aumento da taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito para um nível superior a zero decidiu hoje suspender o sistema de dois níveis, fixando o multiplicador em zero.
Assinala também que “está preparado para ajustar todos os seus instrumentos”, destacando que o Instrumento de Proteção da Transmissão está disponível “para contrariar dinâmicas de mercado desordenadas, injustificadas e passíveis de representar uma ameaça grave para a transmissão da política monetária em todos os países da área do euro”.