João Cadete de Matos falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito de um requerimento do PSD sobre a substituição dos cabos submarinos que asseguram as comunicações entre Portugal continental, Açores e a Madeira.
O sistema atual tem um tempo de vida útil máximo de cerca de 25 anos, ou seja, até 2024.
"Aquilo que ansiamos é ver, se for essa a opção, provavelmente será, da abertura de um concurso internacional para fornecimento dos cabos", disse João Cadete de Matos, em resposta aos deputados, sublinhando que, "quanto mais celeremente isso acontecer, melhor".
Agora, "se me perguntar, o meu desejo é que […] até final do isso pudesse ser concretizado", acrescentou, referindo que tal já "deveria ter sido feito" de acordo com a recomendação do grupo de trabalho criado para este tema anteriormente.
"Aquilo que ansiamos é que a ser feito agora que haja pelo menos o benefício de aproveitar o desenvolvimento tecnológico que, entretanto, ocorreu nesta matéria", nomeadamente no que respeita à componente ‘smart’ (inteligente) dos cabos, prosseguiu.
Do ponto de vista da Anacom "é essencial que sejam cabos submarinos ‘smart’", os quais além da área das comunicações eletrónicas, têm sensores que podem ser utilizados para a investigação científica, proteção do ambiente e para ter alertas de sismos ou tsunamis, já que atravessam placas tectónicas.
"O custo deste investimento" – dos sensores – "compensa enormemente esse benefício", defendeu o presidente da Anacom, garantindo: "Não deixarei de enfatizar que seria um prejuízo inqualificável para o país se ela não fosse consagrada [a componente ‘smart’]".
João Cadete de Matos recordou que tem "dito repetidamente", e hoje voltou a sublinhar, a "preocupação com o prazo de execução deste novo anel", mas, apesar do custo e dos riscos com este atraso, sublinhou que é preciso agora aproveitar o progresso científico nesta área para se avançar para "uma solução mais robusta" para o país.